quarta-feira, 1 de maio de 2013

Mundo do trabalho inclusivo


Falta de qualificação não é desculpa para deixar de contratar pessoas com deficiência

Fonte: Rede SACI em 20/11/2003 

Apesar de ainda em número insuficiente, existem programas de capacitação desses profissionais

Leandra Migotto Certeza*

SÃO PAULO/SP - O SENAI capacitou para o mercado de trabalho, entre 2001 a 2002, mais de 435 pessoas com deficiência visual, 884 com auditiva, 375 mental, 866 física e 27 com múltipla. Além disso, hoje 80 docentes sabem ler o sistema Braille para cegos e/ou deficientes visuais, e 230 estão estudando Língua Brasileira de Sinais à distância. Ainda é um número insuficiente em relação aos apenas 3 mil alunos com deficiência que estão cursando o ensino médio desde 2000. Porém, a falta de qualificação, segundo Maria de Fátima e Silva, gerente da Divisão de Inclusão Social da Gelre, não deve ser usada como desculpa pelas empresas para não se contratar esse profissional.

Segundo Fátima, em 1998, o Programa Nacional para Pessoas com Deficiência do Ministério Público do Trabalho investiu R$ 4 milhões para treinar 21 mil pessoas com deficiência em cursos de massagista, marcenaria, auxiliar de cozinha, fotografia, estética, telemarketing, informática, panificação, jardinagem, entre outras atividades profissionais. "Esses profissionais procuram uma oportunidade de exercerem sua cidadania gerando renda para o país, além de retornar o quanto foi investido em sua formação. As empresas devem cada vez mais valorizar esse potencial", afirmou. Em uma pesquisa realizada em 2000, constatou-se que, dos 8.570 currículos existentes no banco da Gelre matriz em São Paulo, 250 pessoas com deficiência possuem pós-graduação, 3037 nível superior, 3953 concluíram o ensino médio, e 1283 o ensino fundamental.

"Essa mão de obra precisa ser absorvida pelas empresas. Para isso, flexibilizar os perfis das vagas e investir em cursos profissionalizantes adequados é fundamental. Acredito que a acessibilidade atitudinal ainda é mais difícil do que a física. É preciso quebrar tabus e pré-conceitos, conhecendo as pessoas como elas são com defeitos e qualidades, não venerando nem ignorando ninguém. Afinal, quem definiu o padrão de normalidade? A sociedade é diversa por natureza!", concluiu.


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