segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Política é tudo igual? Quem disse que não dá para fazer diferente?


Por Leandra Migotto Certeza.

Quem foi que disse que político é tudo igual? Ainda mais no Brasil, que infelizmente, é um dos países mais corruptos. Não, definitivamente, política não é tudo igual. Ainda existem aqueles que são honestos, éticos e principalmente, comprometidos com seus eleitores. São poucos, é verdade, mas podem ser muitos. Só depende de nós!

Dia 15 de dezembro de 2008, fui entrevistar, para o Caleidoscópio, a então vereadora da cidade de São Paulo, Soninha Francine (PPS). Foi uma aventura. Tive a 'brilhante' idéia de ir de ônibus para mostrar, através de imagens, o 'ralli' que um cidadão com deficiência física, infelizmente, ainda vive pelas ruas da cidade.

O carro do gabinete estava à minha disposição, ou caso eu tivesse dinheiro, poderia ter pego um táxi, afinal tenho uma deficiência rara nos ossos que me impossibilita andar sozinha sem a ajuda de uma cadeira de rodas e alguém para empurá-la. Mas como sou a maioria da população que está desempregada e não tem um carro, fiz questão de mostrar a dura realidade. Não compactuo com falsificações na mídia e nem em qualquer setor.

Eu, meu noivo Marcos (que tem poliomielite), Fernando e Anderson, funcionários do gabinete na época, aguardamos o ônibus adaptado que iria parar mais perto da Câmara Municipal de São Paulo, no centro da cidade. Caso conseguíssemos pegá-lo, ainda seria preciso andar um pouco pelas esburacadas ruas. Mas o pior ainda estava por vir. Ficamos mais de 1 hora e 30 minutos aguardando o tal ônibus adaptado que deveria passar pelo ponto do km 10 da Rodovia Raposo Tavares, mas nem sinal dele.

Passados 9 ônibus sem adaptação para pessoas com deficiência física, quase desistimos. O Anderson ligou diversas vezes para a Central de Atendimento 156, 'serviço' (ou melhor, des-serviço) da Prefeitura de São Paulo que deveria, ao menos, informar qual o número e o horário do ônibus adaptado que serviria para nós. Todas as ligações não foram completadas.

Cansados e atrasados, o Fernando sugeriu que pegássemos outro ônibus mesmo que tivéssemos que andar mais e utilizar mais um até nosso destino. Eu preferi mostrar à Soninha e a quem mais fosse divulgado o vídeo, que quando uma pessoa com deficiência não consegue ser transportada com dignidade, infelizmente, é obrigada a ser carregada e embarcar em um ônibus sem adaptação.

Foi o que fiz. O Fernando deve ter emagrecido uns 2 quilos, e o Anderson, uns 3 porque nossa 'aventura' estava só começando. Depois de ser carregada pelo Fê (olha a intimidade, menina!), fiquei sacolejando no meio dos passageiros que olhavam para mim como se eu fosse um ET. Sentada no banco podia cair a qualquer momento porque tenho 96 cm e meus pés obviamente não alcançam o chão. Minha cadeira de rodas foi amassada entre meus pés e os ferros da catraca. Se meu noivo não me segurasse o trajeto inteiro, me abraçando por trás, teria virado tapete para os passageiros.

O cobrador e o motorista ofereceram ajuda, mas com tanto medo que estavam só iriam atrapalhar. Acho que o próprio Fernando nem sabia como tinha conseguido me colocar dentro do ônibus. Acabei com as costas do menino franzino (desculpa aí Fê), com meus 32 quilos. Sinceramente, evito ao máximo fazer essas estripulias porque posso quebrar vários ossinhos, além da terrível dor nas costas que fico durante dias depois de andar de ônibus.

Mas tudo pelo 'jornalismo verdade' (que horror! Se é jornalismo, deveria ser verdade...). Detesto e abomino o preconceito, o sensacionalismo e a pieguice com que as pessoas com deficiência ainda são tratadas pela mídia. "Coitada. Ela vai pra onde?". "Nossa, porque que ela não fica na AACD?". "Essa menina vai cair". "Leandra é uma heroína, trabalha todos os dias de ônibus mesmo em sua cadeira de rodas". "Vejam que lição de vida". "Jornalista especial anda de ônibus pelas ruas. É um grande exemplo de força de vontade". "Deficiente enfrenta a vida com coragem". "Ajudem quem precisa mais do que você".

Sou uma cidadã com deficiência física que pago meus impostos, me formei em Comunicação Social, sempre trabalhei como jornalista, sou consumidora, tento andar pela cidade, estou noiva, viajo, mas não gosto que me tratem como heroína ou coitadinha. Não sou melhor nem pior do que ninguém. Tenho defeitos e qualidades. Sinto dor e prazer.

Vivo intensamente, como todas as pessoas. Ter deficiência física faz parte da minha condição no mundo, assim como nascer com olhos castanhos, calçar número 30, ter cabelos lisos, não poder engravidar, ter um irmão sem deficiência, gostar de usar vestido, nadar desde os 14 anos, e tantas outras características.

Trabalho há 9 anos, remunerada e/ou voluntariamente, sendo que durante 2 anos andei bastante pela cidade fazendo reportagens. Mas, infelizmente, só de táxi porque nunca podia contar com a pontualidade dos pouquíssimos ônibus adaptados. O metrô é bem mais acessível, mas ainda precisa melhorar muito também, viu senhor Governador! Todos os governantes precisam entender que a grande maioria das pessoas com deficiência é independente e não precisam de ajuda 24 horas.

É claro que ser solidário é maravilhoso, com pessoas com ou sem deficiência. Mas o que é preciso fazer é adaptar absolutamente cada pedacinho da cidade para que todas as pessoas com deficiência física, auditiva, visual, múltipla, intelectual e surdocegueira, ou sem deficiência consigam transitar e fazer uso de todos os serviços que ela oferece. Afinal, na hora de pagarem seus impostos as pessoas com deficiência não encontram dificuldades, né? Suas obrigações são cumpridas, por isso, seus direitos precisam ser rigorosamente respeitados!

Bom, continuando nossa aventura, o ônibus desceu bem longe da Câmara. Precisamos andar mais de 4 quarteirões (ou mais, não me recordo ao certo) bem grandes. Só consegui porque fui empurrada pelo Fernando, que agora deve ter perdido mais uns 2 quilos. Desse jeito o menino vai sumir!!

Durante o trajeto observei que todas as calçadas são esburacadas, e existem pouquíssimas guias rebaixadas e ainda incorretamente. Mais uma vez o Anderson ofereceu seu tentador carro, confortável e com ar condicionado em pleno verão. Eu resisti bravamente e meti o Fernando e meu noivo numa fria, ou melhor, numa super quente! O esperto do Anderson foi de carro para nos socorrer em caso de emergência.

Fome? Os meninos queriam me matar quando chegamos, mas a culpa é deles que não me disseram que não haviam almoçado. Eu e meu noivo (que não somos bobos) enchemos a pança bem cedo (risos). Mas, nessa altura do campeonato, estávamos com o estômago no pé (o melhor nas rodas e nas muletas). Imagine se eu precisasse cumprir rigorosamente o horário... Cheguei às 15 horas e 30 minutos da tarde em uma entrevista que estava marcada para 14 horas. Ainda bem que a Soninha atrasou.

Moto com cara de bicicleta, capacete, livros e mais livros, papéis e mais papéis, idéias, camiseta e calça jeans.

Entrei na Câmara mais uma vez. Quantas brigas, discussões, encontros, seminários, cadeiras de rodas pelos corredores, entrevistas, e nada de concreto já passei por lá? Agora foi completamente diferente. Por incrível que pareça, e espero que não sinta mais isso, parecíamos marcianos em terra de corruptos.

Juro que é duro acreditar em 99% dos vereadores. Pra mim só salva a Soninha. Não é porque eu gosto dela. Mas é uma das únicas que sabe o que diz e age com honestidade e humildade. Eu assisto a TV Câmara e leio muito. Acredito nos políticos, mas precisamos renovar a 'frota' toda!!!

Subi o elevador acessível (?) e nem me dei conta da dificuldade que encontraria se fosse cega. Como saber em qual elevador entrar se o moderno sistema tecnológico não diz o número em voz alta? Só a Soninha para me atinar para esta falha. Quem é da casa vê os defeitos. E olha que eu sou uma jornalista detalhista...

Pra entrar no gabinete foi tranqüilo, mas para ir até a sala da Soninha nem tanto. Um safado de um degrau bem no meio só atrapalha o caminho. Dizem que é porque tem um banheiro dentro da sala. Que loucura!

Esperei alguns minutos conversando com a equipe dela. Adorei o clima do gabinete. Mesas sem repartições; papéis e idéias por todos os lados; desenhos coloridos nas paredes; imagens budistas; e o mais importante: pessoas DIFERENTES.

Seres humanos de verdade. Não aquelas bonecas americanas maquiadas ao extremo, ou aqueles chefões da máfia de terno e gravata. Pena que o tempo passou tão rápido que nem consegui conversar com todos. Pareceram muito simpáticos. Um clima muito agradável apesar da correria do final de ano e do mandato.

A Soninha chegou e me cumprimentou. Disse que lembrava de mim da passeata pela inclusão no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3 de dezembro), quando nos encontramos na Avenida Paulista, em 2005. Fomos para sua sala. E o danado do Fernando filmando tudo...

A conversa foi bem informal. Confesso que fiquei nervosa ao lado de quem admiro muito. Acompanhei seu mandato pela mídia, porque não consegui ir até a Câmara antes, mas sempre concordei com suas idéias e visão de mundo.

Tantos assuntos para falar, mas como sempre, caio no mesmo tema: deficiência. Não adianta, enquanto 15% da população brasileira ainda continuar completamente à margem da sociedade, eu não vou dormir tranqüila.

Sou totalmente à favor das ciclovias; reciclagem do lixo; consumo consciente e ecológico; desburocratização da política; transparência nos governos; punição para qualquer discriminação por orientação sexual, etnia, idade ou gênero; educação sexual nas escolas; entre tantos outros fundamentais temas, mas como as pessoas com deficiência ainda são pouco ouvidas até mesmo entre as ONGs, imaginem entre os governos...

Começamos falando do que foi feito em seu mandato para garantir o exercício da cidadania das pessoas com deficiência. A então vereadora afirmou a importância da criação e execução de políticas públicas em que essas pessoas sejam protagonistas e não coitadinhos!

Para discutir essas políticas foi criado, em seu mandato, o Conselho Consultivo sobre Acessibilidade que se reuniu somente em 2005 e 2006. Questionei quais foram as ações do conselho. Soninha respondeu que muitas idéias, infelizmente, não foram para frente como ela queria. Mas uma emenda no Orçamento Municipal garantiu uma verba de R$ 50 mil ao Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, que segundo Soninha não tinha nem papel e impressora. “Como eles podiam trabalhar? Isso é um absurdo”.

Além disso, ações de guerrilha (como Soninha as chamou) marcaram, com um ‘grafite-símbolo’, alguns espaços urbanos que dificultam a circulação de pessoas com deficiência física, como guias não rebaixadas nas ruas. Devido as dificuldades, não consigo circular muito pela cidade, por isso eu não vi estas marcações, mas espero que os políticos tenham visto.

Sobre as pessoas com deficiência visual, Soninha disse que sua filha teve a idéia de criarem dispositivos eletrônicos com as descrições sonoras das plantas, também nos parques que já são acessíveis fisicamente e tem placas em braille, como o Estadual do Jaraguá.

Soninha tem consciência da necessidade de autonomia das pessoas com deficiência pelos espaços culturais das cidades. Visitou a abertura de exposição de arte em que as obras foram descritas para pessoas cegas. "Adorei o Instituto Rodrigo Mendes. É uma escola de arte. Não importa como as pessoas, com deficiência ou não vão pintar: como a boca, com os pés ou com as mãos..."

Questionada principalmente sobre a precária condição dos transportes e das calçadas, a então vereadora se indignou com a minha 'saga' para chegar até a Câmara, e disse que a prioridade é sem dúvida proporcionar um sistema de transporte público totalmente acessível.

Soninha também não concorda com os corredores de ônibus adaptados somente em determinadas regiões, onde está a maioria das instituições voltadas à reabilitação das pessoas com deficiência. “As pessoas têm o direito de andar por todos os lugares. Cem por centro da frota de ônibus de ser acessível”.

Nem precisa dizer que eu quase pulei da cadeira! Minha maior luta (e acho que maior até do que eu) é pela acessibilidade completa nos transportes públicos. Quase fui presa e perdi o emprego por ter entrado escondida em um treinamento de motoristas de ônibus, que foi feito sem a presença de pessoas com deficiência, há mais de 4 anos atrás.

Soninha afirmou que sem transporte não adianta criar políticas públicas que incentivam a inclusão ao trabalho, a educação, ao lazer ou esporte. "Como as pessoas vão chegar até os lugares".

Eu lembrei que acessibilidade não é apenas física, mas também comunicacional. Soninha disse que vai tornar seus blogs acessíveis e sempre irá prestar atenção quando acessar um site se ele pode ser lido por todas as pessoas, principalmente as cegas. Admitiu que falhou ao criar o site do seu gabinete sem acessibilidade virtual.

Quando questionada novamente sobre as calçadas, Soninha explicou que não criou um projeto de lei específico porque a vereadora Mara Gabrille (PSDB) já tinha aprovado um muito bom. “Não podemos reinventar a roda”. Soninha não se preocupa nem um pouco em fazer propaganda só para aparecer. Faz questão de dizer que os projetos são de sua equipe, e dá crédito a todos os eleitores que os sugerem.

Depois me contou que batalhou para que a frota de ônibus acessíveis fosse renovada, o que segundo ela, aconteceu em partes. Eu disse que nem em partes aconteceu, e voltei a insistir na importância da acessibilidade nos transportes públicos.

Soninha me contou, em primeira mão, que o Fernando e sua equipe fizeram um documentário sobre o sistema de transporte adaptado, ATENDE, que na verdade, segundo depoimentos dos usuários, não atende como deveria. E que agora tinham documentado a minha aventura para chegar de ônibus até à Câmara.

Mas até esta crônica ser escrita não soube mais do vídeo. Espero que muitas pessoas possam vê-lo em breve em meu blog, junto com o documentário sobre o ATENDE. Pode ser Fernando?

Que pena que meia hora ‘precisou’ virar 15 minutos, e que eles voaram. Ficaria horas conversando com a Soninha. Ela é muito consciente sobre a cidadania das pessoas com deficiência, sua autonomia e protagonismo. Só precisa participar mais dos movimentos sociais coordenados por pessoas com deficiência e incluir o tema - de forma transversal - em todos os demais pelos quais milita tanto, seja na política ou entre as ONGs.

A propósito, esse foi um dos últimos assuntos que conversamos. A necessidade urgente da união das ONGs e movimentos sociais umas nas causas das outras. Afinal todos lutam pelos mesmos objetivos: respeito às diferenças!!!

Para finalizar, fiquem com algumas palavras da Soninha sobre o que significou o seu mandato: Entrei e saio daqui convicta que de que não "vale tudo" para ganhar. Que política não é jogo de War, partido não é torcida organizada e que a gente não precisa abandonar tudo o que acreditou a vida toda porque alguém disse que "é assim" e não dá para fazer de outro jeito. Pensa um pouco: quem disse que não dá? Dá sim.


Descrição da imagem: cartum do Larte. Soninha se equilibrando em uma bicicleta de uma roda só sobre uma corda. Com os braços estendidos, faz malabarismo com desenhos de ônibus, empresas, pessoas, papéis, ela mesma sentada em uma mesa, fábricas, árvores e outros objetos. Olha pra cima com a lígua pra fora e os olhos atentos em tudo ao mesmo tempo.



Aniversário!


32 anos de vida. Eu amo viver. Não sei de onde brota essa gana toda. Gosto do ar, do sol, da natureza, mas principalmente das pessoas. Estou leve, como sempre quis. Por mais que, eu mesma e os outros, ainda coloquem pedras sobre meu caminho.
Hoje estou e nada mais. Desconforto, só por ainda me importar com o que pensam e falam de mim. Invejam minha felicidade e desejam ser eu. O que todos precisam saber é que a felicidade nasce junto com a tristeza, não importa em qual corpo ou alma. Cabe a cada um escolher como quer viver.
Choro, me desespero, entro em parafuso. Mas não sei porque levanto e continuo o caminho que colocaram na minha frente. Ele é único, assim como minha vida. E a de todos nós. Escolher a dor e a tristeza é uma boa opção para quem gosta delas. Quem sou eu para julgar alguém...
É isso, dia 08 de janeiro de 2009, fiz 32 anos. Ganhei flores, chocolate, roupas e perfumes. Mas o fundamental 'nasceu' comigo: amor, da familia, amigos e da minha alma gêmea. Sou muito FELIZ.
Legenda das fotos: Imagem do lado esquerdo: eu e meu amor tomando choop no shopping Butantã, felizes, sorindo e com os copos entrelaçados. Estou com uma blusa de linha azul mescla, que minha avó querida fez à mão, especialmente para mim. Imagem do lado direito: eu sentada em minha cama com os presentes que ganhei, sorindo vestindo minha blusa vermelha, também de linha feita à mão por minha avó.

Férias em Ilha Comprida

Sol. Amor. Paixão. Amizade. Intensidade. Os lindos dias em que estive ao lado do meu grande amor e sua família do coração foram muito importantes para mim.

Vivi intensamente cada momento, sem pensar no amanhã. Foi um mergulho no simples do cotidiano. Talvez, o mais significativo tempo. Tempo de deixar o tempo passar sozinho, rei da natureza humana.
Mas outro tempo. Mais maduro. Tranquilo. Sem medos. Inteira. MULHER.
A felicidade é não aparecer de máscaras o tempo todo. Ser simples é tão mais gostoso. Na verdade, pra mim, agora é o único sentido. Não me vejo mais em discussões preconceituosas, festas falsas, conversas prepotentes.
Sempre serei dupla. Amor e ódio. Bem e mal. Teoria e prática. Mas hoje vivo mais perto da simplicidade, nesta linha tênue entre a subjetividade e o feijão com arroz.
Também quebrei tabus. Desfiz preconceitos. E o mais importante, me desnudei. Sem roupas que me mantiam supostamente protegidas das minhas fraquezas.
Descobri que não existem dois mundos (mesmo que ainda existam pessoas que insistam em viver em um deles). Falo comigo mesma e ainda de forma poética e truncada (?), mas acho que tenho que passar por esse vômito para aflorar o que sou hoje: mais HUMANA.
Legenda da foto: eu e meu amor Marcos, na praia de Ilha Comprida (litoral sul de São Paulo), nos beijando na boca. Eu de pé e ele ajoelhado ao meu lado. Estou de biquini azul, e ele de calção colorido. Nossos cabelos estão revoltos com o vento.