quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Lição de Olímpio


Fonte: http://blogdojolimpio.blogspot.com/2011/05/o-ceu-caiu.html

segunda-feira, 16 de maio de 2011


O céu caiu (?)


Sempre considerei o físico Stephen Hawking um homem valente e controverso. Não só porque é um cientista que propõe teorias desconcertantes mas, principalmente, porque parece viver em constante questionamento, contrapondo-se às coisas que o afetam. Isso pode ser uma virtude, em se tratando de alguém que trabalha e pensa no plano muitas vezes imponderável da Física. Mas, também é um empenho do qual não pode sair sem cicatrizes.

Sua mais recente afirmação - a de que não existe vida após a morte - chocará muita gente e fará outras tantas cabeças matutarem sobre o que o levou a essa mudança de ideia. Na década de 80, ele afirmava que uma certa Teoria do Tudo (já estudada por Einstein) levaria o homem a "conhecer a mente de Deus". E, agora, como fica Deus se (conforme Hawking) já não há mais vida eterna?

Longe de mim querer desbancar o argumento dele, mesmo porque a mídia adora pinçar ditos e feitos fora de contexto; ele bem pode estar dizendo algo bem diferente do que foi noticiado. Porém, essa suposta guinada a respeito da eternidade me sugere uma trip bem mais pessoal do que uma simples sacada genial do Stephen cientista.

Minha ideia segue mais pela observação do quadro pessoal dele, marcado pela limitação progressiva de sua autonomia, por uma doença sem resolução. Penso no quanto seria difícil acreditar num paraíso, para alguém que vai perdendo movimento, força física e capacidade de interagir com os demais. Num outro nível, eu também passo por isso e vivo me perguntado: como será, amanhã?

Respostas à parte, o que me sobra é o gosto de viver intensamente o momento presente. Ninguém está livre de nascer cético ou crente. Mas, na mesma linha de pensamento, ninguém está vacinado contra o convencimento trazido até nós por ideias ou fatos marcantes. Só que o futuro, esse mistério sem resposta, não nos pertence.

O enigma da vida - eterna ou não - provavelmente acompanhará o homem para sempre. Se o sempre existir mesmo, é claro...

1 comentários:

Larissa disse...
Muito bonito. Muito bonito!
Se é que se questionar é uma virtude ou não, eu não sei, mas que é para poucos, isto é.
E eu acho que o mais importante de tudo isso é justamente esse questionamento acerca das coisas, do mundo, das teorias... porque assim, pelo menos, o ser humano tem um momento de liberdade (nesse lógica mundana maluca que, às vezes se parece mais com uma correnteza) e autonomia para escolher no que acreditar.

Adorei o post, primo.
Beijão