quarta-feira, 6 de maio de 2020

Dia Internacional das Pessoas com Osteogenesis Imperfecta






Não sou a ‘regra’. Sobrevivi quando a medicina me sentenciou.
Fraturei vários ossos pelo corpo todo, andei com 5 anos, cresci até 96cm.
Fui segregada em escolas exclusivas, trabalhei em empresas pseudo-inclusivas.
Sou Bacharel em Comunicação Social.
Recebi prêmios internacionais pelos meus textos.
Viajei sozinha para fora do Brasil, desfilei em escolas de samba...
Curti muito a vida noturna, ganhei campeonatos de natação.
Uso uma cadeira de rodas para me locomover. 


Nos Anos 30, teria sido esquecida no quartinho dos fundos.
No início do século XX, ficaria trancada em uma igreja.
Na Idade Média, teria sido afogada ao nascer.
O ‘diferente’ sempre assusta porque incomoda e toca
na maior ferida humana: sua natural fragilidade e finitude.
A inata imperfeição de todos os seres não tem lugar
na sociedade da beleza plastificada e da suposta simetria. 


“Em uma estrela, um brilho
Em princípio inatingível
Ofuscado pelo vidro
Oprimido, impedido,
Ilhado por sentido
Fundo, profundo,

Dentro de si mesmo”.

Leandra Migotto Certeza



Entrevista na íntegra e maior. Compartilhar sempre citando a fonte e a autoria!