quinta-feira, 24 de março de 2011

A pessoa com deficiência e os estereótipos sociais

Aula 5 - Curso: "A Inclusão de Pessoas com Deficiência em Cenários de Diversidade"


Faculdade de Educação Inclusiva Paulista


http://www.afeip.org/moodle/mod/page/view.php?id=21


Atividade: leitura de texto em PDF:

http://www.pasoapaso.com.ve/CMS/images/stories/variospdfs/saulosilva.pdf

A pessoa com deficiência nas empresas

Os vídeos da quinta aula do curso sobre educação inclusiva também não são completamente acessíveis!
Por professor Saulo

Nesta pasta,  o aluno irá encontrar propostas de leituras relacionadas com o tema. É importante observar que esses textos são referenciais para que estudantes da área administrativa, de recursos humanos e gestores em geral possam conhecer uma nova cultura organizacional que vem se firmando a partir das novas perspectivas inclusivas.
Também serão propostos alguns vídeos para enriquecer esse estudo.
 INCLUSÃO, CONCEITOS E HISTÓRIAS

Os estereótipos sociais e as narrativas: a construção das identidades sociais da pessoa com deficiência visual

A quarta aula do curso sobre educação inclusiva solicita uma discussão sobre o texto com o título desta postagem. Porém, o arquivo em um PDF, não podendo ser lido por pessoas com cegueira.

http://www.afeip.org/moodle/mod/page/view.php?id=21

Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com deficiência

A terceira aula do curso: "A Inclusão da Pessoa com Deficiência em Cenários da Diversidade" está no seguinte link: http://www.afeip.org/moodle/mod/resource/view.php?id=18
É leitura do texto: "Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com deficiência" de Maria Salete Fábio Aranha - UNESP - Marília, publicado no link: http://www.afeip.org/moodle/mod/resource/view.php?id=18


Desta vez o texto está publicado no próprio site do curso e não em PDF. Resta saber se pessoas com cegueira consegue acessar o site com autonomia...
A mensagem que escrevi no Café do curso foi esta: 
Caros colegas e caras colegas de curso,
Devido a problemas pessoais familiares, precisei me afastar das aulas. Agradeço por compreenderem. Como o prazo para entrega da resenha se encerrou, publico aqui alguns textos sobre o tema discutido.
Agradeço por comentarem, caso sintam vontade. E informo que irei escrever o texto desta aula e publicar em meu blog. Espero que o professor considere para que eu cumpra todas as atividades do curso...
Muito obrigada. Forte abraço, Leandra

Pessoas com cegueira conseguem ler textos em formato PDF?

Aula 2 do Curso Inclusão de Pessoas com Deficiência em Cenários de Diversidade:


Atividade:

Texto para leitura:


Coexão social: um enfoque INCLUSIVO!
Inicio o meu comentário sobre o artigo "Coesão social: um enfoque conceitual"(http://www.eclac.org/publicaciones/xml/4/29354/Cap2Cohesionpr.pdf),  questionando se os alunos com cegueira conseguem ler um texto em PDF. Segundo informações de amigos meus com deficiência visual, acredito que ainda não. Então, como um curso sobre educação inclusiva pode falar de percencimento? 
Para se garantir que as pessoas com deficiência (adquiridas ou não) consigam sair da invisibilidade, passando pela transparência, e finalmente, conquistanto o direito de exercer sua cidadania é preciso que as leis saiam do papel e passem para ações práticas, a começar pelo setor acadêmico. 
Tanto a teoria como a prática precisam ser realmente inclusivas, pois ainda é notório a falta de abordagem da deficiência como uma das 'variáveis' da discriminação. Por que quando se fala em grupo sociais, esquece-se da deficiência, citando apenas a etnia, idade, gênero e credos religiosos? Também é notável a exclusão da orientação sexual, entre as mesmas variáveis.
Por isso, afirmo que é preciso um grande aprofundamento da consciência das pessoas que se dizem defensoras dos Direitos Humanos para aprenderem a falar por todos e todas e não somente pela minoria das minorias.
Para ilustrar meu pensamento, basta apenas reler o trecho do artigo em estudo:
Por último, a cidadania está vinculada ao sentido de pertencimento na confl uência entre igualdade e diferença. Nesse ponto é necessário conjugar a maior igualdade de oportunidades com políticas de reconhecimento. O pertencimento é construído não só com maior eqüidade, mas também com maior aceitação da diversidade.
Não pode haver um “nós” internalizado pela sociedade, se essa mesma sociedade invisibilizar identidades coletivas, seguir práticas institucionalizadas ou cotidianas de discriminação de grupos definidas por diferenças sociais, geográficas, de gênero, idade e etnia, ou perpetuar lacunas sociais vinculadas a diferenças de etnia, gênero, idade e credos religiosos.

Como falar de inclusão sendo excludente?

Este texto foi escrito como resposta ao exercício da primeira aula do curso: "Inclusão de pessoas com deficiência em cenários de diversidade", Associação Faculdade de Educação Inclusiva Paulista, após assistir aos vídeos sem acessibilidade.


Vídeos:

Atividade do curso:


A extinção da exclusão social de todas as pesoas só é possível por meio de ações da sociedade na construção de políticas públicas eficientes e eficazes.
Em primeiro lugar, não se trata de superar a exclusão, e sim, de acabar com ela definitivamente sem utopias, pois somente os seres humanos racionais são capazes de construir ou destruir convenção sociais.
É completamente possível e viável oportunizar todas as pessoas, não apenas para criar mercado comsumidor e a sustentabilidade do Planeta, mas principalmente, por uma questão de Direitos Humanos.
Todas as políticas públicas só existem porque a sociedade se organiza direta ou indiretamente (exercendo o direito de votar em seus goverantes e pagando seus tributos em uma democracia) por meio de ações próprias conjuntas ou coletivas (em ONGs ou pequenas associações de bairro). 
Exclusão não é um estado que uns possuem, outros não. Não há exclusão em contraposição à inclusão. Ambos fazem parte de um mesmo processo: – “o de inclusão pela exclusão” – face moderna do processo de exploração e dominação. O excluído não está à margem da sociedade, ele participa dela, e mais, a repõe e a sustenta, mas sofre muito, pois é incluído até pela humilhação e pela negação de humanidade, mesmo que partilhe de direitos sociais no plano legal. 
Este texto escrito por Bader B. Sawaia, Doutora em psicologia social da PUC-SP, na obra: “Paralisado cerebral: construção da identidade na exclusão” (Cabral Editora Universitária - 2000), livro de Suely Satow - Mestre e Doutora em psicologia social pela PUC - SP e Bacharel em Filosofia e Comunicação Social também pela PUC - SP, ilustra o que penso sobre a inclusão: 
inclusão pela humilhação se objetiva das mais variadas formas, desde a inclusão pelo “exótico” até a inclusão pela “piedade” (personagem coitadinho) e não tem uma única causa. O estigma de ser uma pessoa com deficiência se interpenetra com outras determinações sociais como classe, gênero, etnia e a capacidade de auto diferenciação dos indivíduos, configurando variadas estratégias de objetivação da reificação das diferenças". 
Portanto, não existem 'as pessoas com deficiência', 'os especiais', 'os diferentes', 'os anormais' (até porque não existe normalidade! todos somos diferentes) ou qualquer outra denominação. Existem os seres humanos que são por natureza imperfeitos e sujeitos a todas as 'fraquezas' do Planeta e/ou da sociedade (como acidentes geológicos entre outros, balas perdidas, catátrofes, acidentes de carro, atropelamentos, assaltos, ou mutanções genéticas).
Excluir, discriminar e ter um pré-conceito do que não aceitamos como parte integral de todos os seres vivos racionais, é maior prova de que estamos nos aniquilando a cada dia, pois não existem robôs ou seres extra-terrestes. A diversidade faz parte da humanidade com suas potencialidades, qualidades e deficiências.
Além disso, as doenças que causam deficiências ou mobilidades reduzidas temporárias, aliada ao número de idosos que em 2020 será de mais de 20% da população, precisam deixar de serem invisíveis a uma socidade capaz de conquistar autonomia, independência e desenvolvimento de suas potencialidades, respeitando suas especificações. 
Agora sem nenhuma dúvida, o que mais me assusta é que um curso sobre o tema tenha como tarefa vídeos sem acessibilidade total, conforme determina o artigo 9 sobre Acessibilidade da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, instituída pela ONU e retificada como emenda Constitucional pelo Brasil. Como os alunos com deficiência podem falar sobre superação da exclusão se são excluídos no prórpio curso?
Todo o conteúdo de qualquer curso, universitário ou não, precisa ter ínterprete de Língua Brasileira de Sinais, legenda oculta, áudiodescrição, além de estar hospedado em um portal completamente acessível para pessoas com cegueira ou surdez. 
Mais uma vez, o lema do movimento social das pessoas com deficiência: "Nada sobre nós, sem nós", foi completamente esquecido e desrespeitado pelo coordenador do curso de uma faculdade de educação inclusiva (lelmbre-se aqui que a Educação por si só deve ser para todos e todas, portanto, inclusiva por nateureza). 
A falta de inclusão neste curso é lamentável, pois, o protagonismo das pessoas com deficiência precisa ser cada dia mais incentivado quando se fala em inclusão. É necessário passar da teoria para a prática dentro do setor acadêmico!
Uma ótima sugestão é conhecerem o belíssimo trabalho do rapper Billy Saga, um jovem com deficiência física: http://www.facebook.com/profile.php?id=1179283570. É muito triste que o ótimo documentário sobre os rappers não pode ser visto por pessoas com cegueira, em um curso sobre educação inclusiva. 
Já o comentário que faço sobre o vídeo de empregabilidade de profissionais com deficiência é que o técnico ainda comete erros graves ao falar que as pessoas com surdez (ele não usou esta expressão correta, disse somente surdos) tem uma linguagem de sinais e que é preciso respeitar "o deficiente".
É preciso deixar bem claro que a LIBRAS é um língua oficinal no Brasil, e não uma linguagem. Além disso, chamar as pessoas como, simplesmente, 'deficientes' é inaceitável. 
Para esclarecer minha afirmação, cito um trecho do meu blog Caleidoscópio:
Deficiência é diferença humana que por suas singularidades, requer atenção às suas especificidades quanto à forma de comunicação, mobilidade, ritmos, estilos, e diversas maneiras de construir o conhecimento e os relacionamentos sociais. O termo Pessoas com Deficiência é o ÚNICO que deve ser empregado HOJE, pois tem os seguintesvalores agregados: 
Empoderamento: uso do poder pessoal para fazer escolhas, tomar decisões e assumir o controle da situação; 

Responsabilidade de contribuircom seus talentos para mudar a sociedade rumo à inclusão de todas as pessoas, com ou sem deficiência. 


E esse termo faz parte do texto daConvenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, criada pela Organização das Nações Unidas e ratificada pelo Brasil, dia 12/08/2008, junto com seu Protocolo Facultativo, assinado em 01/08/2008. Convenção é o primeiro tratado internacional com status constitucional da história do Brasil. Portanto, é uma Emenda Constitucional! Leia a Covenção:http://portal.mj.gov.br/corde.