sexta-feira, 19 de junho de 2009

Pesquisa revela o alto grau de preconceito nas escolas

PRECONCEITO no ambiente 'escolar' - 1º LUGAR - pessoas com deficiência física e deficiência intelectual...
"O ser humano não é uma coisa entre outras; 'coisas' se determinam mutuamente, mas o 'ser humano' em última análise, se determina a si mesmo. Aquilo que ele se torna - dentro dos limites dos seus dons e do meio ambiente - é o que ele faz de si mesmo." Viktor E. Frankl - Em busca de sentido - 26ª Edição.
Pesquisa realizada em 501 escolas públicas de todo o país, baseada em entrevistas com mais de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, revelou que
99,3% dessas pessoas demonstram algum tipo de preconceito étnico-racial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais, gênero, geração, orientação sexual ou territorial.
O estudo, divulgado hoje (17/06/09), em São Paulo, e pioneiro no Brasil, foi realizado com o objetivo de dar subsídios para a criação de ações que transformem a escola em um ambiente de promoção da diversidade e do respeito às diferenças.

De acordo com a pesquisa Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep):
  • 96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação a portadores de necessidades especiais (PESSOAS COM DEFICIÊNCIA),
  • 94,2% têm preconceito étnico-racial,
  • 93,5% de gênero,
  • 91% de geração,
  • 87,5% socioeconômico,
  • 87,3% com relação à orientação sexual e
  • 75,95% têm preconceito territorial.
Segundo o coordenador do trabalho, José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a pesquisa conclui que as escolas são ambientes onde o preconceito é bastante disseminado entre todos os atores.
Não existe alguém que tenha preconceito em relação a uma área e não tenha em relação a outra. A maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito. O fato de todo indivíduo ser preconceituoso é generalizada e preocupante?, disse.

Com relação à intensidade do preconceito, o estudo avaliou que 38,2% têm mais preconceito com relação ao gênero e que isso parte do homem com relação à mulher.
Com relação à geração (idade), 37,9% têm preconceito principalmente com relação aos idosos.
A intensidade da atitude preconceituosa chega a 32,4% quando se trata de portadores de necessidades especiais e fica em 26,1% com relação à orientação sexual, 25,1% quando se trata de diferença socioeconômica, 22,9% étnico-racial e 20,65% territorial.

O estudo indica ainda que 99,9% dos entrevistados desejam manter distância de algum grupo social.
  • Os deficientes mentais são os que sofrem maior preconceito junto com
  • 98,9% das pessoas com algum nível de distância social,
  • seguido pelos homossexuais com 98,9%,
  • ciganos (97,3%),
  • deficientes físicos (96,2%),
  • índios (95,3%),
  • pobres (94,9%),
  • moradores da periferia ou de favelas (94,6%),
  • moradores da área rural (91,1%) e
  • negros (90,9%).
De acordo com o diretor de Estudos e Acompanhamentos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério da Educação (MEC), Daniel Chimenez, o resultado desse estudo será analisado detalhadamente uma vez que o MEC já demonstrou preocupação com o tema e com a necessidade de melhorar o ambiente escolar e de ampliar ações de respeito à diversidade.
Pesquisa na íntegra:

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