sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Amizade


Leandra.

Pensei em responder no seu próprio bolg, mas ainda não me dou bem com aqueles cadastros blogosféricos. Coisa de escriba antiquado, ainda sem muita instrução virtual... rsrsrs

Porém, importa dizer que gostei do seu texto na medida em que ele é VOCÊ. Perdoe a minha pretensão: sou cada vez mais avesso às citações de outros autores, quando escrevo. Já fiz isso, me culpo por uma suposta "carona" no expressar as idéias. Não condeno quem o faz, mas penso umas boas vezes antes de fazê-lo.

Voltando à questão: prefiro a parte do seu texto na qual você se mostra toda, com sua história pessoal ilustrando seu pensamento; com sua exposição destemida dos limites e dos conceitos, com uma "nudez" frontalmente colocada diante do contraditório alheio e da avaliação inevitável de cada leitor. Ali, você me mostra o que mais interessa: o seu jeito de viver e, em palavra escrita, de traduzir a sua percepção da vida. Uma vida provante, sim, como tantas outras com que você se solidariza (em palavras e atos). Mas, também, uma vida cada vez mais rica em proveito, em elevação das potencialidades, em apego ao que realmente conta.

E, nessa lista de prioridades, salta aos olhos a acusação maior do nosso tempo: a falta de amor. Romanticismos à parte (porque o AMOR é bem mais do que a propaganda nos engambela), é mais do que oportuno você apontar a ausência do olhar amoroso na vida do cidadão do século XXI; mal-acostumado a traduzir essas quatro letras em satisfação dos desejos periféricos. Amor não é sexo, que dele se vale para seduzir. Nem é riqueza e nem servidão. Amor é entrega, altruísmo e misericórdia. Tudo ao mesmo tempo, sem limitações físicas e / ou políticas, faria deste planeta um lugar mais semelhante ao projeto original do mundo. Penso que existe amor até nos processos químico-biológicos da natureza, sem os quais a Terra não se depura dos achaques que lhe impomos.

Então, Leandra, seu artigo vai na direção desse amor que não passa. Ele traz uma imagem de você crescendo (bem mais do que sua estatura compulsória), se apossando das dificuldades para vencê-las, se abrindo para amar aos outros (em casa e fora dela), se fixando numa postura que - certamente! - gera um questionamento proveitoso para muita gente. E tudo por AMOR, esse antídoto infalível contra a superficialidade da nossa pobre (porém, promissora) época.

Grato pelo seu jeito claro de enxergar o que mais nos falta!

Beijo carinhoso,

J. Olímpio.
Descrição da imagem: foto de José Olímpio, em close, sorrindo ao lado de um microcomputador.
Comentário Caleidoscópio: este carinhoso e-mail foi escrito pelo meu grande amigo José Olímpio - produtor e artista multimídia para comentar a 'resenha-crônica' que escrevi "Falta da amor": http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=23478 (site com acessibilidade virtual).
Vale a pena ler uma de suas entrevistas: http://sentidos.uol.com.br/canais/materia.asp?codpag=4978&codtipo=2&subcat=54&canal=talento (site que não tem acessibilidade virtual, mas eu irei publicar o texto em meu BLOG na próxima postagem).
Olímpio é um ser humano muito especial pelo carinho que tem com os amigos; telento assombroso com as palavras e as imagens; e principalmente, uma alma e coração extremamente generosos! Sou muito grata pelo seu reconhecimento do meu humilde trabalho com as palavras. Ele conseguiu radiografar a minha alma.

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