quarta-feira, 1 de maio de 2013

Direitos iguais aos trabalhadores com deficiência


Trabalhador com deficiência tem direito a plano de carreira

Fonte: Rede SACI em 10/11/2003

Gerente da IBM relata sua experiência e iniciativa da empresa em seminário da IBC

Leandra Migotto Certeza**

SÃO PAULO/SP - Com formação universitária Eliane Ranieri se considera uma exceção em seu país. "A grande maioria das pessoas com deficiência ainda nem consegue sair de suas casas, quanto mais estudar e se qualificar profissionalmente". Quando começou a procurar emprego encontrou muitas dificuldades. Devido à poliomielite foi usuária de muletas e hoje de cadeira de rodas. Sempre encontrou barreiras para realizar testes de admissão. "Depois de passar no processo de seleção, me convidavam para visitar a empresa para ver se eu conseguiria ficar lá". Em muitas ela trabalhou sem as mínimas condições de autonomia física, como ir ao banheiro e almoçar no refeitório.

"Eu sempre dei um jeito para conseguir permanecer no emprego". Quando passou na seleção para uma vaga na IBM não imaginava que iria encontrar um pouco mais de acessibilidade. "Naquela época, infelizmente, fiquei espantada de ver banheiros adaptados e rampas na empresa. Depois percebi que era uma questão cultural por ser uma multinacional. Creio que ainda é preciso conscientizar os brasileiros em relação à inclusão de pessoas com deficiência, apesar de 10 mil pessoas por mês se tornarem paraplégicas devido a acidentes de trânsito. Isso é muito mais do que as conseqüências de uma guerra".

A IBM se preocupa com a diversidade desde 1914, devido à Segunda Guerra Mundial. Diversos programas de inclusão são desenvolvidos, contemplando as diferenças de gênero, raça, nacionalidade, identidade sexual, idade, e deficiência. Hoje no Brasil existem 19 funcionários com alguma deficiência física, visual e/ou auditiva ocupando diversos cargos de acordo exclusivamente com sua qualificação profissional. "Nosso maior objetivo é aumentar o número de contratações de forma qualitativa e democrática. Para isso, além de flexibilizarmos os perfis das vagas, investimos em cursos de qualificação. Temos 5 mil funcionários sem deficiência, por isso ainda estamos começando o processo de inclusão. Temos muito o que fazer!", declarou a agora gerente de Operações e Vendas da IBM.

Em relação à acessibilidade a empresa re-avaliou suas instalações. Implantou sistemas de voz nos elevadores e botões em altura compatível, reformou banheiros de acordo com as necessidades dos deficientes físicos, adaptou os auditórios com lugares acessíveis e rampas, entre outras melhorias. "O mais importante é que a IBM vê a inclusão de pessoas com deficiência como uma questão de competência e cidadania, e não de forma assistencialista. Para isso, envolvemos todos os setores, desde os gerentes, passando pelos funcionários até os fornecedores. E o plano de carreira é um direito de todos", concluiu.

Informações: IBM - e-mail: eliane@br.ibm.com

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