quarta-feira, 18 de maio de 2016

Realidade sobre qualidade na empregabilidade de profissionais com deficiência


Relato sincero de um profissional (qualificado) com deficiência

Trabalhei em uma multinacional por pouco mais de três anos, inclusive fazendo parte de um grupo que tratava de assuntos relacionados à diversidade nesta empresa e, percebo que salvo engano, há mais a questão de preenchimento de cotas com cargos de produção/operacional do que contratação de deficientes por empresas em cargos realmente importantes. Sei que eles existem, mas honestamente, como deficiente e profissional, me incomodo com a forma como isso ainda é encarado na mídia de forma glamorosa e como, de fato, é na realidade.
Atualmente estou desempregado e já enviei currículos para pelo menos umas 60 empresas e os contatos que recebo são de vagas para ganhar R$ 1000,00, R$ 1.300,00 e até (pasmem) R$ 670,00!!!
Tenho 45 anos de idade, sou deficiente há 25 anos, mas não necessito de adaptações ao ambiente de trabalho, tenho um filho pequeno e, além de ser analista de comunicação corporativa, também fui professor em uma conhecida faculdade, professor de publicidade em escola do ensino médio, especialidade na área de metalurgia – onde mais novo, atuei como ferramenteiro, ajustador mecânico e ainda fiz cursos de metrologia, pneumática, hidráulica, desenho técnico, CorelDraw, photoshop e Illustrator. Mais recentemente, fiz um curso intensivo de inglês para ter mais oportunidades no mercado, mas confesso, está bem complicado, e pouco tem a ver com a crise que o país atravessa!
Tenho cadastro na Catho, na iSocial, no Manager, Indeed e tantos outros sites e empresas que buscam o tal PCD, PNE, PPD e outras nomenclaturas que dão a pessoas como eu.
Certa vez, na empresa que trabalhei, convidamos um Coordenador de Diversidade de uma grande empresa para uma palestra e, nesta reunião, ele me disse que eu era o deficiente que toda empresa gostaria de ter, pois tinha formação, conteúdo e principalmente, não precisariam de investimentos estruturais para a minha contratação.
Concordo com ele, mas me decepciono com a realidade a partir do momento que envio um e-mail solicitando uma recolocação para 87 pessoas ligadas a empresas que apoiam a causa PCD/Lei de Cotas (tenho um mailling dessas pessoas, pois participava como membro da empresa em que atuava) e, destes 87  e-mails, apenas 1 pessoa me respondeu!!! Ou seja, as empresas querem incluir os deficientes ou apenas participam de workshops e feiras por questões de responsabilidade social para que conste no relatório anual da companhia e, com isso, valorize suas ações?
Em relação aos PCD’s contratados, as empresas os incluem também nos processos de capacitação e plano de carreira? Dão, de fato, oportunidades em nível de igualdade com os demais colaboradores ou pura e simplesmente cumprem as “cotas”? Quantos deficientes existem em cargos de liderança nas grandes empresas? Quantos anos um indivíduo necessita para ser promovido (ou visto) pelos seus gestores? Tenho a impressão de que essas vagas de cotas não são bem vistas por alguns dos empregados das empresas, pois passam a ideia de que temos algumas vantagens em relação aos demais, o que não é verdade, pois em alguns casos, o serviço executado é tão irrelevante que sequer somos vistos pelos gestores e analistas de outras áreas.
Falta envolvimento da direção que, por vezes, tem que “engolir” a Lei de Cotas para não prejudicar o orçamento com as multas que o governo aplica e isso causa um enorme constrangimento a quem ocupa a vaga.
Enfim, fica aqui meu desabafo e, quem sabe, esse texto sirva para a reflexão dos gestores das empresas e pessoas relacionadas ao universo das contratações de PCD’s.

Fonte: http://blog.isocial.com.br/relato-sincero-de-um-profissional-qualificado-com-deficiencia/

Santo Caos



Apesar da lei de cotas estar prestes a completar 25 anos de existência, a inclusão de pessoas com deficiência ainda é um desafio para a maioria das empresas. Além da inclusão, o engajamento entre PCDs e empresas também é uma dificuldade, e com o objetivo de entender esse cenário a Santo Caos realizou o primeiro estudo qualitativo sobre pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Fonte: http://www.santocaos.com.br/#!pcdsa/jfymz

Estudo sobre Empregabilidade de Profissionais com Deficiência