terça-feira, 25 de outubro de 2016

Inclusão através da mídia à nível global

Fonte: http://www.inclusive.org.br/arquivos/29782

Foi lançada dia 03 de outubro de 2016, na ONU, em Genebra, uma iniciativa global para promoção da inclusão das pessoas com deficiência através da mídia.
O lançamento ocorreu durante evento do Forum Social 2016, organizado pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos, no Palácio das Nações.

Criada pela cofundadora do Movimento Down, Patricia Almeida, a australiana Catia Malaquias, e a americana, Beth Haller, a GADIM – Global Alliance for Disability in Media and Entertainment (Aliança Global para Inclusão das Pessoas com Deficiência na Mídia e no Entretenimento), já tem uma equivalente nacional, a GADIM Brasil, que foi lançada antes das Paralimpíadas.

A intenção é, não só aumentar, como qualificar a presença de pessoas com deficiência na mídia. “Certamente a invisibilidade melhorou, em especial depois dos Jogos”, disse Patricia, “mas ainda é comum ver matérias onde a abordagem é de coitadinho, ou de super herói. Essas representações só contribuem para reforçar esteriótipos que levam à discriminação. Além disso, as pessoas com deficiência não se reconhecem nesses papéis”.” Por outro lado”, disse,”o Brasil tem boas práticas a mostrar na área de merchandising social em novelas”.

Convidada para apresentar a experiência, a Diretora de Responsabilidade Social da TV Globo, Beatriz Azeredo, mostrou clipes de programas e novelas, como por exemplo Páginas da Vida, que contou a história de uma menina com síndrome de Down, a Clarinha, vivida pela atriz Joana Mocarzel. A novela, que foi um marco na transição para a educação inclusiva no país, teve a colaboração do Instituto MetaSocial, representado no evento por Helena Werneck e Patricia Heiderich. Segundo Azeredo, a organização, que tem mais de 20 anos, é uma das mais antigas parceiras da emissora. Azeredo citou ainda a parceria com o Movimento Down para realização da série “Qual a Diferença”, sobre pessoas com síndrome de Down apresentada, por Breno Viola e Drauzio Varela no Fantástico.

A jornalista argentina Veronica Carolina Gonzalez, jornalista da TV argentina, que é cega e faz parte dos Conselho Consultor da GADIM, contou que quando começou a trabalhar no canal Visión 7 tinha uma coluna sobre deficiência separada, mas que agora ela já integra o telejornal que, a seu ver, é uma forma de inclusão.

Cofundadora da GADIM, Catia Malaquias, citou pesquisa que revela que há menos de 1% dos personagens com deficiência na TV americana, sendo que outro estudo aponta que, em 95% dos casos, os personagens são interpretados por atores sem deficiência. Na Austrália, através de sensibilização, Catia conseguiu que grandes redes de lojas como a Target e o KMart começassem a usar modelos com deficiência em seus catálogos e publicidade.

“Muitas dessas ações que levantamos, como inserção de modelos com deficiência na propaganda governamental, por exemplo, não custam muito e podem ser replicadas em outros países”, disse Patricia, que convidou interessados a participar da rede a entrarem em contato para troca de experiências e capacitação.

Participaram do painel a Secretária Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Roseane Cavalcante de Freitas Estrela, Rosangela Berman-Bieler, Assessora Sênior do Unicef, o assessor do Alto Comissariado dos Direitos Humanos, Facundo Chávez, entre outros.


Para colaborar com as iniciativas
info@gadim.org
brasil@gadim.org

Lançada na ONU iniciativa para promover a inclusão das pessoas com deficiência através da mídia


Fonte: http://www.inclusive.org.br/arquivos/29803

A brasileira Patricia Almeida, fundadora da GADIM (Aliança Global para Inclusão das Pessoas com Deficiência através da Mídia e do Entretenimento), participou da Programação oficial do Forum Social 2016, na ONU, em Genebra, falando do papel da mídia no painel sobre a Implementação da Agenda 2030 à luz da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: O Futuro que Queremos. Ela defendeu a utilização dos meios de comunicação para desconstrução de esteriótipos e da cultura capacitista reinante, que considera pessoas com deficiência como tendo menos valor do que pessoas sem deficiência.
 A fundadora da GADIM citou como exemplos positivos de marketing social as novelas que incluem personagens com deficiência, construídos em parceria com organizações de pessoas com deficiência, e destacou a novela “Páginas da Vida”, da TV Globo, que, segundo ela, contribuiu para um avanço na transição do sistema de educação especial para a educação inclusiva. Ela concluiu chamando os países a cumprirem o Artigo 8 da Convenção, sobre Conscientização, que prevê a participação da mídia para a garantia dos direitos das pessoas com deficiência.
Catia Malaquias, cofundadora da GADIM e fundadora da Starting with Julius, organização que promove a inclusão de modelos com deficiência na publicidade na Australia, falou sobre a importância das pessoas com deficiência serem vistas como consumidoras, funcionárias e prestadoras de serviço.
Na conclusão do painel, Patricia Almeida convocou o movimento social dos diferentes países a cobrar de seus governos medidas concretas em cumprimento do Artigo 8. Ela afirmou a cultura vigente gera discriminação e barreiras que impedem que outros artigos importantes da Convenção sejam cumpridos, e a inclusão na mídia de maneira positiva tem o poder de acelerar o processo de mudança cultural.

Pacto pela inclusão precisa sair do papel!


Fonte: http://brasil.estadao.com.br/blogs/vencer-limites/grandes-empresas-firmam-pacto-para-inclusao-de-pessoas-com-deficiencia-no-mercado-de-trabalho-no-brasil/



Antonio Salvador (Grupo Pão de Açucar – GPA), Christiane Berlinck (IBM), Beatriz Sairafi Heinemann (Accenture), Maria Elisa Gualandi Verri (TozziniFreire Advogados), José Luiz Rossi (Serasa Experian), Fábio Maceira (JLL), Alexandre Espinosa (Natura), Roberto Martorelli (EY) e Osvaldo Kalaf (Dow) assinaram a carta. Foto: Divulgação

A assinatura da carta de adesão ao Pacto pela Inclusão de Pessoas com Deficiência foi o momento central do 24º encontro da Rede Empresarial de Inclusão Social, realizado nesta quinta-feira, 20 de outubro de 2016, na zona sul de São Paulo.
Accenture, Dow, EY, GPA (Grupo Pão de Açucar), IBM, JLL (Jones Lang LaSalle), Natura, Serasa Experian e TozziniFreire Advogados firmaram o compromisso, estendido a todas as corporações participantes da iniciativa que nasceu em 2012.
O documento estabelece metas e diretrizes para promover uma cultura interna e um ambiente inclusivo e acessível nas empresas, cria um diagnóstico e o monitoramento do progresso das organizações para a inclusão, além de avaliar constantemente o interesse genuíno das empresas envolvidas em cumprir os compromissos assumidos.
A carta assinada tem a chancela da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que não mantém um órgão oficial no Brasil, mas delegou à Rede Empresarial de Inclusão a autoridade para liderar esse trabalho no País.
“Este é um momento de mudança do patamar de desenvolvimento da Rede”, afirmou
Esteban Tromel, Senior Disability Specialist da OIT, que participou do evento por meio de videoconferência.

Abaixo, a íntegra da Carta de Adesão ao Pacto pela Inclusão de Pessoas com Deficiência.
Considerando os princípios, leis e normas de respeito aos direitos das pessoas com deficiência, sobretudo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão e a Carta de Compromisso da Rede Global de Empresas e Deficiência da OIT (Charter Principles – ILO Global Business and Disability Network),
Reconhecendo que a deficiência é um conceito em evolução e que é resultado da interação com diversas barreiras, obstruindo a participação plena e efetiva das pessoas com deficiência na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas,
Considerando que a discriminação baseada na deficiência, configura violação da dignidade e do valor inerente ao ser humano,
Reconhecendo a importância da acessibilidade em todas as suas dimensões, para possibilitar as pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos, inclusive da liberdade para fazer suas próprias escolhas,
Considerando que é responsabilidade de todas as pessoas e organizações promover o direito à igualdade, à liberdade, ao acesso a oportunidades, bem como trazer questões relativas à deficiência para a criação de estratégias relevantes de desenvolvimento sustentável ao negócio,
Ressaltando que é responsabilidade também das empresas, uma vez que estas possuem importante papel na promoção do respeito à todas as pessoas,
A Rede Empresarial de Inclusão Social estabelece o Pacto pela Inclusão de Pessoas com Deficiência e define seus compromissos pela Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, sendo eles:
1. Comprometer a alta liderança com o respeito e a promoção dos direitos das Pessoas com Deficiência.
2. Desenvolver políticas e procedimentos com vistas às ações afirmativas em todos os âmbitos da organização.
3. Promover cultura e ambiente inclusivos e acessíveis a todas as pessoas com deficiência.
4. Comunicar e educar para o respeito dos direitos e deveres das pessoas com deficiência.
5. Incluir a questão da deficiência na estratégia da empresa, bem como no planejamento de produtos, serviços e atendimento a clientes.
Portanto, ao aderirmos ao Pacto pela Inclusão de Pessoa com Deficiência, expressamos:
a) Nosso interesse em cumprir com os compromissos, mesmo que ainda não estejamos atendendo com toda a agenda proposta;
b) Nossa responsabilidade em diagnosticar e monitorar o progresso da empresa no que diz respeito à inclusão das pessoas com deficiência;
c) Nosso engajamento e posicionamento formal e público, evidenciando o compromisso com os direitos das pessoas com deficiência.
Desta forma, eu __________________________, representando a empresa ___________________________, assino o Pacto pela Inclusão de Pessoa com Deficiência, expressando nosso compromisso em implementar estes princípios e ações propostas.
Local, ___ de __________________ de ______.
_____________________________________________
[Nome Completo]
[Cargo *CEO/Diretor]
ANEXO 1
Descrição dos 5 Compromissos da Empresa pela Inclusão das Pessoas com Deficiência
1. Comprometer a alta liderança com o respeito e a promoção dos direitos das Pessoas com Deficiência.
A alta liderança deve:
Envolver-se nas ações de inclusão das pessoas com deficiência.
Disseminar, respeitar e assegurar os direitos das pessoas com deficiência em documentos, processos e políticas.
Conter e repudiar situações de discriminação.
Promover uma cultura de inclusão e de valorização da diversidade.
Considerar os termos do Pacto ao estabelecer parcerias com outras empresas e organizações.
Fomentar o engajamento de toda cadeia de valor na temática da inclusão da pessoa com deficiência.
2. Desenvolver políticas e procedimentos com vistas às ações afirmativas em todos os âmbitos da organização.
Criar política e ações de combate à discriminação.
Equiparar oportunidades e salários.
Garantir um processo seletivo focado no potencial e não na limitação.
Implementar plano de desenvolvimento e carreira.
Estimular para que a liderança tenha metas de contratação de pessoas com deficiência.
Possibilitar autonomia e empoderamento.
Fomentar a contratação de pessoas com deficiência severa e reabilitados.
3. Promover cultura e ambiente inclusivos e acessíveis a todas as pessoas com deficiência.
Garantir acessibilidade em todas as suas dimensões: atitudinal, metodológica, instrumental, comunicacional, arquitetônica, programática e natural (se aplicável).
Priorizar o uso do conceito de desenho universal para instalações, serviços e produtos.
Considerar o conceito de adaptação razoável e tecnologias assistivas para assegurar o tratamento justo e igualitário.
Disseminar o conhecimento sobre acessibilidade para toda a organização.
4. Comunicar e educar para o respeito dos diretos e deveres das pessoas com deficiência.
Desenvolver e acompanhar comunicações (internas e externas) promovendo a inclusão e evitando a discriminação.
Definir uma agenda positiva para a promoção da inclusão.
Garantir que o valor à diversidade esteja em todos os programas de desenvolvimento de pessoas na empresa.
Disseminar o valor à diversidade para todos os públicos de interesse da organização.
5. Incluir a questão da deficiência na estratégia da empresa, bem como no planejamento de produtos, serviços e atendimento a clientes.
Tornar a questão da deficiência como valor da empresa e direcionar as tomadas de decisão com base no respeito aos direitos da pessoa com deficiência.
Desenvolver canais de atendimento acessíveis para pessoas com deficiência.
Repudiar atos de discriminação, preconceitos e estereótipos.
Criar canais de diálogo e garantir a participação das pessoas com deficiência para decisões que as envolvem.
Incentivar, criar e/ou elaborar produtos, serviços, equipamentos e instalações que garantam a inclusão das pessoas com deficiência.

Inclusão de profissionais com deficiência está longe de acontecer!!!


Dois a cada 3 trabalhadores com deficiência têm Ensino Médio Completo ou mais, mas a invisibilidade continua

As empresas brasileiras iniciaram o ano com 403.255 trabalhadores com deficiência contratados, no setor público e privado. Este número representa menos de 1% dos 48,06 milhões de trabalhadores.
Os registros indicam que a cada 3 trabalhadores com deficiência, dois têm ensino médio ou mais e para cada analfabeto empregado há 18 com educação superior completa.

04-diplomasPelo lado da remuneração as diferenças variam de R$ 1.139,01 como remuneração média aos trabalhadores com deficiência intelectual, e, os reabilitados, geralmente acidentados no próprio trabalho, recebem remuneração média de R$ 3.066,80. A remuneração média dos trabalhadores com deficiência é de R$ 2.656,94 mas as variações são gritantes dependendo do tipo de deficiência, onde nos exemplos citados o primeiro grupo recebe 57,1% a menos que a média e o segundo grupo 15,6% acima da mesma média.

Para vencer mitos que ainda impedem o pleno emprego destes trabalhadores e discutir a utilização da CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade e Saúde como ferramenta para ampliar a inclusão, o Espaço da Cidadania incluiu o debate destes assuntos em seu 9º Encontro Anual, que está com inscrições abertas.

·         Dia: 24/11/2016
·         Horário: 9h00 às 13h30
·         Local: Ministério Público do Trabalho – 2ª Região
·         Endereço: Rua Cubatão, 322 – Paraíso – São Paulo (Próximo à estação Paraiso do Metrô)

Para efetuar a inscrição é necessário informar os seguintes dados: Nome completo, RG, Empresa/Entidade, Cidade, Telefone e E-mail.

As inscrições gratuitas podem ser feitas até 16/11/2016 através do e-mail ecidadania@ecidadania.org.br Oportunamente as pessoas inscritas receberão a programação definitiva e orientações.