quinta-feira, 28 de abril de 2016

Tudo é transitório


Sobre o amor

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman declara que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar.
O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato. A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo.
Em tempos de Facebook e Twitter não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida.
Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra.
O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia.Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos.
“Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”. Zygmunt Bauman
Fonte: http://www.portalraizes.com/estamos-todos-numa-solidao-e-numa-multidao-ao-mesmo-tempo-zygmunt-bauman/

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Irmãs da mesma paixão: literatura

[Coluna] Três jovens autoras nacionais que você precisa conhecer


Quantos autores nacionais você leu ultimamente? Deles, quantos eram mulheres? Se entrarmos em uma livraria hoje, acredito que apenas cerca de 10% dos livros pertencem a autores nacionais. Estou chutando, é claro (e agradeço a qualquer um que puder me trazer dados mais concretos sobre o assunto). Mas acho que não tenha chutado assim tão longe. Desses 10% de literatura nacional a que temos acesso, não deve passar de 1% o número de livros escritos por mulheres. Repito: esses dados não passam de “achômetro”, baseado no que percebo enquanto leitora e escritora.
Hoje comemoramos o Dia da Literatura Nacional. Não quero julgar a literatura que produzimos como melhor ou pior que a literatura estrangeira – não é o tipo de questionamento que nos caiba. O que eu quis saber com minhas perguntas é quanta confiança depositamos nos artistas nacionais. Se é tão simples depositar confiança em autores de que nunca ouvimos falar, residentes num país cujo nome é impossível de ser dito sem darmos um nó na língua, por que não fazermos o mesmo com aquele autor que tem o mesmo sobrenome que o nosso – e que morou na mesma rua que nossa avó? E se é tão fácil cultuarmos como “divas” as autoras estrangeiras, por que não repetirmos o feito com aquela autora que é tão acessível e parecida conosco? Discuto o assunto da participação literária feminina um pouco mais profundamente aqui, mas não é o meu foco no artigo de hoje. Hoje, minha ideia é apresentar para vocês três autoras – independentes! – que tive o prazer de conhecer e que acrescentaram demais à minha experiência como leitora. Prontos?

Jarid Arraes

Jarid Arraes ao lado da ilustradora do seu livro, Aline Valek
Jarid Arraes ao lado da ilustradora do seu livro, Aline Valek
Conheci a Jarid em um evento dos alunos do curso de Editoração da USP. Ela é uma pessoa incrível, bastante divertida. E rolou muita identificação porque somos da mesma terrinha – o Ceará. Jarid é cordelista e autora do livro “As lendas de Dandara”, um conjunto de contos narrados por Dandara dos Palmares, companheira de Zumbi. O livro foi belamente ilustrado pela escritora e ilustradora,Aline Valek.
Além disso, Jarid faz um lindo trabalho na Casa de Lua, reunindo escritoras cis e transgênero para ajudá-las com suas produções literárias – é tanto uma espécie de clube da escrita quanto um espaço de acolhimento, ajuda mútua e catarse. Os encontros são mensais e gratuitos, basta levar seu material de escrita.
Clique aqui para conhecer melhor o trabalho da Jarid. E se ficou interessado em “As lendas de Dandara“, clique aqui para adquirir uma cópia (disponível nos formatos físico e digital).

Aline Valek

Aline Valek, escritora independente e ilustradora
Aline Valek, escritora independente e ilustradora
E por falar em Aline Valek, conheci o trabalho dessa escritora incrível graças ao twitter. A Aline já possui dois livros (digitais) publicados: “Pequenas Tiranias” e “Hipersonia Crônica”, disponíveis tanto na Amazon quanto naKobo Books. Além disto, é uma das organizadoras da coletânea de ficção científica feminista “Universo Desconstruído”. Em seu blog, a escritora fala sobre filmes, livros, feminismo e cotidiano com muita propriedade. O estilo da Aline é carregado de uma poesia melancólica muito bonita.
Para esse ano, a autora tem o projeto de criar um livro físico com os textos da sua newsletter, “Bobagens Imperdíveis”. Sou assinante da news da Aline já há alguns meses e adoro abrir minha caixa de e-mail e encontrar um textinho dela lá, pronto para ser lido. Agora que ela mudou a frequência da news para quinzenal, confesso que está me dando uma saudade imensa. Mas a espera compensa!

Lady Sybylla

Lady Sybylla, Capitã da Frota Estelar
Lady Sybylla, Capitã da Frota Estelar
Meu caso de amor com o Momentum Saga, blog da escritora Lady Sybylla, foi instantâneo e permanece. Embora focado em ficção científica – um assunto de que ela entende bastante aliás – o blog também abre espaço para outros temas bacanas como diversidade, participação da mulher no mercado literário e até mesmo dicas de organização pessoal (muitos úteis, por sinal).
Lady Sybylla é uma das cabeças por trás da coletânea “Universo Desconstruído”, em parceria com Aline Valek. A coletânea é focada no desenvolvimento de uma ficção científica nacional aberta à diversidade. E como pouco trabalho não é com ela, Lady Sybylla ainda consegue tempo para traduzir alguns livros de ficção científica de domínio público, como o recentemente traduzido“Robôs do Mundo, Ergam-se!”. Ela possui dois livros publicados: “Diga meu nome e eu viverei” e “Missão Infinity”, ambos disponíveis para download gratuito no blog da autora. Você paga recomendando os livros nas suas redes sociais. Recomendo demais que leiam!

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Dia dos e das Jornalistas




Eu me sinto muito feliz por ter me tornado uma ótima jornalista sempre comprometida com os Direitos Humanos e defendendo a Justiça e Igualdade de Oportunidades entre todas as pessoas. Trabalho desde 1998 como forte atuante pela informação, reflexão, registro, e divulgação dos Direitos e Deveres dos cidadãos e cidadãs com deficiência do Brasil. 

Minha trajetória foi fruto de conquistas honestas e persistentes. Tenho orgulho dos textos que escrevi, das entrevistas que fiz, do eventos que cobri, das reportagens que redigi e principalmente das pessoas que conheci e fiz que conhecerem. Eu sei o quanto batalhei para propagar os valores de respeito e dignidade que tanto acredito. 

Em breve vou contar a minha história no mercado de trabalho da Comunicação e mostrar como foi o meu processo de inclusão social. Parabenizo todos e todas que são jornalistas comprometidos com a VERDADE dos FATOS!