terça-feira, 11 de outubro de 2011

O grande legado de um amigo eterno

Queridas amigas e queridos amigos, 

Somente agora abri um e-mail que meu amigo me enviou há muitos meses... Que grande tristeza e alegria ao mesmo tempo. 


Tristeza, porque abandonei tantos momentos e pessoas importantes para viver um crise profunda desde o final de 2010 até agora (confesso que ela ainda não terminou...), e alegria porque as sábias palavras de Olímpio sempre é um presente para mim! 


Compartilho com vocês mais um grande legado do homem fantástico que foi o meu grande e eterno amigo!


Leiam também seus ótimos artigos no blog em que Olímpio trabalhou até os últimos dias na Terra:


http://blogdojolimpio.blogspot.com/


Estas foram as palavras que ele escreveu no corpo do e-mail enviado aos amigos:



O roteirista e produtor cinematográfico J. Olímpio, de Curitiba PR, identificado com o discurso de posse da nova Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, enviou-lhe uma carta aberta no último dia 4 de janeiro.

Nela, ele ressalta a necessidade de se priorizar o acesso das pessoas com deficiência aos meios culturais do Brasil, como forma de acelerar o processo de transformação do País em Nação.

Na mesma carta, ele ainda destaca que, também entre a parcela da população brasileira com alguma deficiência física ou sensorial, existem artistas que buscam espaço e oprtunidades.

Lembra que essa tarefa inclusiva exige uma grande mobilização dos governos e da sociedade organizada e finaliza afirmando confiar na capacidade dos que abraçarem a causa com empenho e perseverança.


CARTA ABERTA À SRA. MINISTRA DA CULTURA ANA DE HOLLANDA

Curitiba, 4 de janeiro de 2011.


Excelentíssima Ministra Ana de Hollanda.


Primeiramente, permita-me comemorar a escolha presidencial – uma artista – para liderar o Ministério da Cultura. Esta condição lhe confere um inegável conhecimento de causa e o aval para o desafio que o exercício desse cargo implica.

Dirijo à senhora esta mensagem já no início de sua gestão, logo após ter lido a íntegra do seu discurso de posse. Identificado com sua visão humanista, que atribui à figura do artista o protagonismo do fazer cultural, atrevo-me a lhe apresentar uma visão muito personalizada – porém, de alcance altamente comunitário – a respeito do acesso à cultura.

Sou roteirista e produtor de cinema, com dois longa-metragens em 35mm – O Sal da Terra (2008) e Curitiba Zero Grau (2010) - e muitos outros trabalhos realizados em vinte anos de carreira audiovisual. Também sou sobrevivente da época em que a poliomielite grassava pelo País, o que me faz vivenciar toda a limitação característica de uma deficiência física severa. Provavelmente, sou o único produtor tetraparético de longa-metragens atuando no cinema brasileiro, hoje.

Nosso cinema vive um momento admirável, que contempla avanços até mesmo em regiões distantes dos polos produtivos preferenciais (Rio de Janeiro e São Paulo). É claro que o Paraná - onde nasci e vivo - ainda persegue a consolidação do audiovisual aqui produzido e, além disso, segue buscando um melhor entrosamento com a cadeia distributiva e exibitiva; bases imprescindíveis para a boa difusão de nossos filmes.

Contudo, longe de lhe apresentar nossas demandas regionais, minha reflexão vai no sentido de uma reformulação da política nacional de acesso aos bens culturais do Brasil, no que se refere às pessoas com deficiência. Vale dizer que, se já temos iniciativas de peso, como o Vale Cultura, será mais que oportuno ampliar esse conceito para iniciativas que promovam à inclusão também dessa parcela da população brasileira nos ambientes culturais. Não apenas como público e sim também como protagonista na geração de cultura. Mesmo porque a criatividade não privilegia cor, raça, credo, orientação sexual e/ou política, condição social ou, no caso, aptidão física e sensorial. Antônio Francisco “Aleijadinho” Lisboa e Bispo do Rosário são evidências disso.

Sei que a ideia implica numa imensa mobilização conjunta dos governos e da sociedade, numa interação que só encontrará êxito se houver a plena consciência de que artistas são todos aqueles que, seja qual for a linguagem adotada, desejam e conseguem expressar a elevação humana traduzida em beleza, conteúdo e universalidade.

Portanto, sem receio de que a tarefa supere a capacidade de quem a abrace, penso que o Brasil pode acrescentar mais essa meta à sua caminhada para se tornar efetivamente uma Nação. Temos a disposição política, os recursos e o potencial humano. Que não nos faltem a perseverança e a noção de que incluir pelo acesso à cultura promove a cidadania plena.

Gratíssimo por sua atenção, felicidades em seu trabalho e conte com meu apoio e colaboração.


Cordialmente, José Olímpio Andreatta Cavallin (J. Olímpio)


CURRÍCULO RESUMIDO

José Olímpio Andreatta Cavallin (J. Olímpio) é natural de Ponta Grossa, Paraná. Roteirista, produtor audiovisual, dublador e compositor musical, começou escrevendo e produzindo programas de rádio na década de 80, entre eles, O Planeta do Som, A Outra Face da Notícia (Rádio Legendária AM - Lapa) e Na Trilha da Vida (Rádio Paraná AM - Curitiba).


Em 1984, co-produziu o disco do grupo Batismo de Fogo, assinando todo o repertório do mesmo. Em 1987, alcançou nota máxima no Curso de Dublagem para Cinema e TV, (Sesc da Esquina - Ctba. - PR. Desde 1998, tem colaborado com diversos sites literários e da área cinematográfica, na Internet. Entre 2002 e 2008, foi  cronista titular da Revista e do Site Sentidos.


Em 2002, integrou a primeira Câmara Setorial do Audiovisual da CEDEC – Comissão Estadual de Desenvolvimento Cultural do Estado do Paraná (Lei 13.133/01). Membro suplente da Sub-Comissão de Audiovisual da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Curitiba (Lei N°. 57 - Mecenato) no biênio 2008 / 2009, representando a AVEC. Membro Suplente da Comissão da LICC, indicado pelo Executivo Municipal, no biênio 2009 / 2010 e pela Fundação Cultural de Curitiba, no biênio 2010 / 2011. Conselheiro Fiscal da AVEC – Associação de Vídeo e Cinema do Paraná, no biênio 2010 / 2012.


Co-produtor do longa-metragem 35mm O Sal da Terra, dirigido por Eloi Pires Ferreira. Produtor associado, com a Tigre Filmes, do longa-metragem 35mm Curitiba Zero Grau, dirigido por Eloi Pires Ferreira.

Filmografia Resumida:

2010 – Curitiba Zero Grau – longa-metragem 35mm, de Eloi Pires Ferreira.
Produtor executivo.

2008 - O Sal da Terra - longa-metragem 35mm, de Eloi Pires Ferreira.
            Co-produtor, roteirista e autor da música original.

1996 - Amici per la Pelle, documentário, vídeo, 25 min.
              Roteirista

1995 -  Mulheres do Reino - ficção, vídeo.
              Roteirista e autor da música original.
             Tesouro Verde - ficção, vídeo.
              Produtor musical.

1994 -  Bolívia - documentário, vídeo.
              Co-roteirista (Italiano e Espanhol).           
              O Brilho da Misericórdia - documentário, vídeo.
              Roteirista.

1993 -  Os Amigos do Rei - documentário, vídeo.
              Roteirista e autor do tema musical.

1992 -  Crazy Driver - Crimes de Trânsito - ficção, vídeo.
              Direção, roteiro e performance.


Participação em outras produções:

 2007 – Conexão Japão, longa-metragem 35mm, de Marcos A. Ferreira e Salete Machado.        
              Dublagem.


2005 - Cachorro, Não... Chichorro!, curta-metragem 35mm, de PJ e Arnoldo Friebe. 
             Música original.
            A Revolução do Coração, vídeo Betacam, LUMEN / PUC-PR.
             Música original e trilha sonora.
 Voar Bem  Alto - CD de Túlio Milo & Banda (Estúdio Coda).
              Vocal.
             Curso de Ciências (1º. Grau), prod. didática do IESDE.
              Dublagem.

2002 - O Quarto do Universo - longa-metragem 35mm, de Guido Viaro. Ator
  Defensores da Vida, vídeo, de Luciano Lagares / APACN. Dublagem


2001 - Power Play ­- longa-metragem 35mm da A.C.I. Productions.
            Arregimentação de equipamentos especiais.

Polaco da Nhanha - curta-metragem 35mm, de Eloi Pires Ferreira.
             Direção musical / Supervisão da versão dos diálogos (inglês).


2000 - Através do Espelho – vídeo, Grupo Esperança.
            Música original.


1997 - Uma Aventura no Reino do Xadrez - vídeo/animação, de Silvana Corona.
             Dublagem.
             Valdir & Rute - ficção, 35mm, de Eloi Pires Ferreira.
              Produção executiva / Versão dos diálogos (inglês).

1996 - A Grande Depressão - ficção, 16mm, de Paulo R. Munhoz.
             Dublagem.


1980 - O Monge da Lapa - documentário, 16mm, de Valêncio Xavier.
             Narração cantada.

Roteiros / argumentos cinematográficos:


Viúvas e Perigosas, curta-metragem, original (inédito).
 Vestígios da Festa, curta-metragem, baseado num conto de L. F. Veríssimo (inédito).
 Clarinha & Geminho, curta-metragem, animação, original (inédito).


Outras atividades:
           
2010 – Inicia o Blog do J. Olímpio: http://blogdojolimpio.blogspot.com

2009 – Colaborador / repórter do Guia Brasil Para Todos (Áurea Editora).
          
2002 / 2008 - Cronista da Revista / Site SENTIDOS (Áurea Editora - www.sentidos.com.br).


2002 - Criação e gravação do texto de abertura do CD / show do Grupo Musical Yávir.

 Criação, produção e atuação no CD Essa é Boa


2001 - Produção do CD Alegria de Servir, Irmãs Teatinas.


2000 - Radiomania, Ondas no Espaço e no Tempo; livro de crônicas (inédito).


1997 - Guia Operacional de Rádio-Emergência, co-redação com Dirceu C.                                  Cavalcanti; 1°. Edição.

1995 / 1996 - Coluna dominical Onda Curta, no jornal O Estado do Paraná (ago‘95/jul. ‘96).