domingo, 26 de dezembro de 2010

Magnificar a vida!


Recebi esta linda mensagem de um amigo muito especial e compartilho com meus leitores e leitoras...

Deus obrigado! Por debruçares minha essência sobre esta terra.
Dares vida ao meu corpo tendo como berço esta "Querência Amada”.
De fazer serpentear em minhas veias o sangue farrapo e guarani.
De ser "filho de Sepé" e de seu ímpeto guerreiro.

Agradeço a Ti, meu Deus, por esta incontrolável paixão pela revolucionária liberdade.
De fazer-me conhecer nesta existência terrena os preceitos de Che Guevara.
Somos companheiros, pois tremo de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo. Contigo, "Che", aprendi a endurecer sem jamais perder a ternura.

Deus onipresente! Agradeço por esta necessidade de autonomia e soberania.
De plantar em mim a "negação", a "rebeldia" e a "mente inconformada”.
Destes movimentos aos meus movimentos de igualdade. Agradecimento eterno.

Obrigado, Deus, por ter me mostrado o "atrevimento"de "Foucault”.
De fazer-me sentir em toda a plenitude a causalidade da "relação de poder”.
De negar constantemente a subalternidade de meu ser.
De me atrever a contestar a "liberdade vigiada".

Deus mantenha-me assim como sou por todo o sempre.
Permita-me sempre ser este pequeno "Quixote sonhador”.
Permita-me, meu Deus, jamais perder a esperança.
E assim por todo o sempre, poder magnificar a vida.


Alex Garcia

Pessoa com Deficiência. Pessoa Surdocega. Presidente da Agapasm. Escritor. Especialista em Educação Especial. Vencedor II Prêmio Sentidos. Rotariano Honorário - Rotary Club de São Luiz Gonzaga-RS. Líder Internacional para o Emprego de Pessoas com Deficiência Professional Program on International Leadership, Employment, and Disability (I-LEAD) Mobility International USA / MIUSA. Membro da World Federation of Deafblind - WFDB. Colunista da Revista REAÇÃO e do Portal Planeta Educação. Idealizador do Conselho Municipal de Direitos das Pessoas com Deficiência de São Luiz Gonzaga-RS

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Boas Festas

Que o amor, a solidariedade, a alegria, a paz, a justiça, a sabedoria, a perseverança, a determinação, a garra, a coragem, a ternura, a lealdade, o companheirismo, a confiança, a amizade, a saúde, a força de vontade, o conhecimento, a tranquilidade, a simplicidade, e gentileza, e principalmente, a fé na capacidade transformadora dos seres humanos continuem acompanhando quem acredita que o espírito do Natal e as renovações do próximo ano estão dentro de nós a cada novo amanhecer!


Cada sentimento da crônica que escrevi em 2009 é o que desejo este ano. Vale a pena reler:

http://leandramigottocerteza.blogspot.com/2009/12/papai-noel-existe.html

Que os sorrisos das crianças tragam muita esperança, e aplaque tanta dor pelas perdas de pessoas lindas e cheias de vida que eu tive o grande prazer de conhecer e compartilhar momentos inesquecíveis!

Boas festas para todos e todas!


Descrição da imagem: foto minha junto ao Papai Noel com Síndrome de Down na Festa de Natal da Associação Brasileira da Síndrome de Williams em 2009.   

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Projeto INCONSTITUCIONAL pode ser aprovado! É CRIME contra à Educação Inclusiva

Caros Amigos e Amigas, Excelentíssimos(as) Senhores (as) Senadores e Senadoras,

Infelizmente, mais uma vez, o Senado apresenta um projeto que vai na contramão do processo real de inclusão. O ensino hospitalar e em domicílio já é garantido para qualquer pessoa que eventualmente precise, mas isso não pode ser confundido com educação em Escolas Especiais ou com atendimento permanente em Clínicas/Instituições especializadas em detrimento da inclusão na escola regular.  

Criar uma lei específica para pessoas com deficiência, no intuito de facilitar e legitimar o modelo de segregação é um retrocesso em relação aos marcos legais existentes e às políticas públicas que estão sendo implementadas. 

A matéria do UOL  diz que o autor do projeto "destacou que a legislação brasileira que trata da educação da pessoa com deficiência em escolas especiais e em instituições hospitalares onde o aluno esteja internado nada diz sobre o aluno com deficiência que não tenha condições de sair de casa para frequentar a escola" , um outro problema que não pode ser ignorado pelo Lesgislativo é que a "Lei que garante educação em domicílio à deficientes"(SIC), do Senador Augusto Botelho (sem partido-RR), pelo menos da forma como a matéria explicita, é inconstitucional tendo em vista que diverge do Artigo 24 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que foi aprovada com quorum qualificado
 no próprio Senado (e também pela Câmara) e tem força de Lei Constitucional.  

Ignorar (E NEGAR!) a Escola regular como espaço primordial do processo  de ensino-aprendizagem e, também, de valorização do ser humano em toda  sua diversidade significa gerar barreiras para construção de uma Sociedade Cidadã e Inclusiva, onde as pessoas são respeitadas e têm acesso aos seus direitos, independentemente de sua condição. 

Atenciosamente, 

Alexandre Mapurunga
Assuntos Jurídicos da ABRAÇA
Associação Para Luta por dos Direitos das Pessoas com Autismo
http://autismonobrasil.com.br
http://inclusaoediersidade.com 

OBS: copiado aos Srs(as). Senadores(as), Conade, SNPD e SEES... 

Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
Artigo 24 - Educação 

1. Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Para efetivar esse direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida, com os seguintes objetivos: 

a. O pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade e auto-estima, além do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades fundamentais e pela diversidade humana; 

b. O máximo desenvolvimento possível da personalidade, dos talentos e da criatividade das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades físicas e intelectuais; 

c. A participação efetiva das pessoas com deficiência em uma sociedade livre. 

2. Para a realização desse direito, os Estados Partes assegurarão que: 

a. As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino primário gratuito e compulsório ou do ensino secundário, sob alegação de deficiência; 

b. As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino primário inclusivo, de qualidade e gratuito, e aoensino secundário, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem; 

c. Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam providenciadas; 

d. As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; 
e. Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena. 

3. Os Estados Partes assegurarão às pessoas com deficiência a possibilidade de adquirir as competências práticas e sociais necessárias de modo a facilitar às pessoas com deficiência sua plena e igual participação no sistema de ensino e na vida em comunidade. Para tanto, os Estados Partes tomarão medidas apropriadas, inclusive: 

a. Tornando disponível o aprendizado do Braille, escrita alternativa, modos, meios e formatos de comunicação aumentativa e alternativa, e habilidades de orientação e mobilidade, além de facilitação de apoio e aconselhamento de pares; 

b. Tornando disponível o aprendizado da língua de sinais e promoção da identidade lingüística da comunidade surda; 

c. Garantindo que a educação de pessoas, em particular crianças cegas, surdocegas e surdas, seja ministrada nas línguas e nos modos e meios de comunicação mais adequados ao indivíduo e em ambientes que favoreçam ao máximo seu desenvolvimento acadêmico e social. 

4. A fim de contribuir para o exercício desse direito, os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para empregar professores, inclusive professores com deficiência, habilitados para o ensino da língua de sinais e/ou do Braille, e para capacitar profissionais e equipes atuantes em todos os níveis de ensino. Essa capacitação incorporará a conscientização da deficiência e a utilização de modos, meios e formatos apropriados de comunicação aumentativa e alternativa, e técnicas e materiais pedagógicos, como apoios para pessoas com deficiência. 

5. Os Estados Partes assegurarão que as pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino superior em geral, treinamento profissional de acordo com sua vocação, educação para adultos e formação continuada, sem discriminação e em igualdade de condições. Para tanto, os Estados Partes assegurarão a provisão de adaptações razoáveis para pessoas com deficiência.  


Artigo 13 da Resolução: CNE/CEB Nº 2/2001: Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
Art. 13. Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de 
saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos 
impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que 
implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência 
prolongada em domicílio..  
§ 1o As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar 
continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de 
alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu 
retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com 
crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, 
facilitando seu posterior acesso à escola regular..  
§ 2o Nos casos de que trata este Artigo, a certificação de freqüência deve ser 
realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializado que 
atende o aluno..  

Trecho das Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva  
(...)
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e  
continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área.  

Essa formação ...

 
Nota na imprensa: 14/12/2010 - 15h37 
Senado aprova projeto que garante ensino a deficientes em casa
Marcos Chagas  - Da Agência Brasil  - Em Brasília
 
O Senado concluiu hoje (14) a votação de projeto de lei que garante educação em domicílio à deficientes que, por incapacidade física que impeça a locomoção, possam frequentar a escola regularmente. O projeto de lei foi aprovado em caráter terminativo na Comissão de Educação e agora vai à apreciação na Câmara dos Deputados.
 
O autor do projeto, Augusto Botelho (sem partido-RR), destacou que a legislação brasileira que trata da educação da pessoa com deficiência em escolas especiais e em instituições hospitalares onde o aluno esteja internado nada diz sobre o aluno com deficiência que não tenha condições de sair de casa para frequentar a escola.
 
“É certo que essa dificuldade é real e não pode servir de motivo para que a pessoa com deficiência deixe de ter garantido seu direito constitucional à educação”, acrescentou o parlamentar. Segundo ele, compete ao Poder Público prover todos os meios e recursos para que o estudante tenha seu desenvolvimento educacional garantido, inclusive em sua residência. 


Cidadão é tratado como lixo!

Minha companheira de trabalho, Marta Gil, escreveu em nosso grupo de discussão sobre a Convenção da ONU:


Caros, 

Repasso esta denúncia, que fere a Convenção, pois configura discriminação,
em meu entendimento. E, pela Convenção, discriminar é crime. 
Abraços, 
Marta Gil 

Olá Pessoal,
Segue texto de um blog relatando a triste experiência que tive ao acompanhar 
uma pessoa surda que está ficando cega ao INSS, por favor ajudem a divulgar
ao máximo. Em um dia esse post no blog teve o acesso de mais de 4000 pessoas... Não 
podemos deixar as coisas como estão. 

O cidadão é tratado como lixo... 
  

História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil

Quem quiser acessar o livro: "História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil", meu amigo Fábio Adiron carregou na página de Inclusão do seu site:



Conheçam também o BLOG dele: Inclusão: ampla, geral e irrestrita: http://xiitadainclusao.blogspot.com/ 

domingo, 19 de dezembro de 2010

Vídeo-reportagem sobre Casa Acessível na BAND TV

Gravei esta reportagem em junho quando trabalhava na editora Ciranda Cultural. Assistam e comentem!

Escreverei uma crônica avaliando cada detalhe. Aguardem...

 http://www.youtube.com/watch?v=9vbe8JrqVkc

Entrevista para estudantes de Comunicação

Participei desse trabalho de faculdade, e gostei do resultado, salvo algumas críticas construtivas 


fundamentais que farei posteriormente. Ouçam e comentem!


http://www.4shared.com/account/file/2J4X7Fj4/Documentrio_Univ_Comunic.html

Entrevista na Rádio da Universidade Federal de São Carlos

Foi maravilhoso ser entrevistada pelo jornalista Eduardo Sotto Mayor, que em novembro 


trabalhava na Rádio UFSCAR. Ouçam e comentem!

http://www.4shared.com/account/audio/hEeAbDJj/Leandra_Entrevista_Radio_UFSCA.html

Abraços apertados e beijos estalados,

Leandra.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Show na Virada Inclusiva



Banda Carrera no show da Viranda Inclusiva em São Paulo - dia 04 de dezembro.

Músicos com e sem deficiência mostram o profissionalismo e a autonomia em uma sociedade inclusiva!

Dudé você é demais! Parabéns!

A música é o alimento da alma!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

3 de dezembro - Dia Internacional da Pessoa com Deficiência



Vitória! Profissionais com deficiência intelectual falam por si e são protagonistas de suas histórias com autonomia e independência!

Grande motivo para comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência - 3 de dezembro.

Muitas conquistas virão em 2011! É preciso continuar caminhando com esperança, força de vontade, determinação, coragem, ousadia, amor, alegria, e GARRA!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Virada Inclusiva - 03 e 04 de dezembro em SP

Descrição da imagem: logo do evento: "Virada Inclusiva - Participação Plena". Formado por símbolos juntos coloridos (azul, laranja e vermelho claro) em fundo branco, o logo tem abaixo escrito o título do evento. Aparecem uma imagem de uma pessoa em cadeira de rodas, e outra com bengala usada por quem tem cegueira. O outro símbolo são mãos, provalvelmente, representando as pessoas com sudez e deficiência auditiva. Tem outros sómbolo em azul no meio que não dá para indentificar, mas parece com uma orelha.
O evento é promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, e tem por objetivo divulgar várias atrações artísticas e culturais, além de promover palestras sobre a inclusão. Instituições de assistência às pessoas com deficiência são as maiores participantes e organizadoras. E um dos principais temas será o Benefício de Prestação Continuada.
O site do evento com a programação completa, está neste blog (no campo links da postagem), mas as pessoas com deficiência visual precisam verificar se ele é acessível. A descrição do logo do evento, publicada no Blog Caleidoscópio, não está no site oficial.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

1° de Dezembro - Dia Mundial de Prevenção à AIDS

Descrição da imagem: logo do projeto: "Ações e Reflexões sobre AIDS e Deficiência: Diferentes Vozes". Desenho de várias pessoas juntas com os braços para cima em sinal de alerta e vitória. Na imagem aparecem pessoas em cadeiras de rodas, com cães-guia, bengalas, e de diversas alturas e dimensões. Abaixo está escrito o título do projeto junto com o símbolo nacional de prevenção à AIDS: a fita vermelha.

Pessoas com deficiência precisam se previnir SEMPRE contra doenças sexualmente transmissíveis e AIDS. É muito importante conhecer o projeto do Instituto de Pesquisas Amankay sobre "Sexualidade e Deficiência" no

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"Da teoria para a prática"










Descrição da imagem: participantes da reunião estratégica sobre a Convenção, reunidos em um hotel em São Paulo. Estão na foto: Regina Atalla, Jorge Márcio, Leandra Migotto Certeza, Katia Fonseca, Sérgio Santos, Anahi Guedes, Claudia Grabois, Lais Lopes, Tina Minkowitz, Solange Carvalho, Waldir Macieira, Suely Viola e Cleide Ramos Reis.

"Nada sobre nós, sem nós".

Ativistas em Direitos Humanos afirmaram em encontro que a Convenção da Organização Internacional das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência deve ser implementada com eficácia e eficiência, e monitorada ativamente pela sociedade civil com total autonomia e independência.

Por Leandra Migotto Certeza* - Foto: Regina Atalla.

Mais de 40 pessoas se reuniram na cidade de São Paulo, de 17 a 19 de novembro, para discutir as melhores formas de implementação, fiscalização e monitoramento do documento mais importante em relação aos Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência.

Para debater sobre o tema: "Avanços, Desafios e Participação da Sociedade Civil", representantes de várias Organizações Não-Governamentais; líderes de movimentos sociais; juristas, promotores, procuradores, e advogados; além de comunicadores e representantes dos governos municipais, estaduais e federais conviveram em um espaço democrático e muito participativo. Juntos e juntas, pessoas sem e com deficiência física, auditiva, visual e intelectual apresentaram suas ideias e propostas, discutiram seus pontos de vista, e comentaram suas experiências, de forma clara e bem próxima da realidade cotidiana.

Todos e todas tiveram direito a voz ativamente e suas potencialidades e especificidades foram respeitadas. Intérpretes da LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais garantiram a participação de pessoas com surdez, e uma equipe de voluntários (muito bem qualificada) auxiliou quem precisou de apoio para se comunicar, e se locomover dentro e fora do hotel acessível fisicamente, apropriadamente escolhido pela RIADIS - Rede Latino Americana de Organizações Não-Governamentais de Pessoas com Deficiências e Suas Famílias - http://www.riadis.net/ e pela ONG Conectas - Direitos Humanos http://www.conectas.org/, responsáveis pela realização do encontro.

Brasileiros e brasileiras de São Paulo, Salvador, Florianópolis, Rio de Janeiro, Brasília, Chapecó, Campinas, Campo Grande, Curitiba, se uniram aos ativistas da Costa Rica, Argentina, Guiné-Bissau, México, Guatemala, e Nova York, para apresentar as principais ações de seus países, sobre o documento ratificado ou não por seus governos e que, segundo eles e elas, precisa ser seguido à risca, por meio de políticas públicas ou movimentos sociais que exijam o seu total cumprimento.

"Nada sobre nós, sem nós" e "Da teoria à prática" foram os principais lemas. A grande maioria dos participantes acredita que as pessoas com deficiência precisam ser protagonistas de suas histórias com autonomia e independência, e que a Convenção deve sair do papel e passar para a prática das ações e, principalmente, por meio de políticas públicas eficazes e eficientes. "A Convenção foi feita em equipe e com união. O trabalho mais difícil começa agora: passá-la do papel para se transformar em ações práticas e objetivas. Por isso, esperamos que o Brasil seja um exemplo de promoção dos Direitos Humanos da Pessoa com Deficiência", afirmou Regina Atalla, presidente da RIADIS no Brasil.

Para Malak Poppovic, diretora da Conectas, "a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência precisa ser traduzida em fatos e efetividade. A sociedade civil está fazendo o seu monitoramento e apropriação do documento com o objetivo de efetivar seus direitos". Para Luis Fernando Astorga Gatjens, do IIDI - Instituto Interamericano de Discapacidad y Desarrollo Inclusivo, a mudança mais importante que a Convenção traz é que todas as pessoas com deficiência do mundo, deixam de ser vistas pela sociedade como objetos de caridade e assistencialismo, para ser apropriarem integralmente de seus direitos com autonomia e, principalmente, protagonismo.

O que é a Convenção?

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: http://portal.mj.gov.br/corde/, foi criada pela Organização das Nações Unidas e ratificada pelo Brasil, dia 12/08/2008, junto com seu Protocolo Facultativo, assinado em 01/08/2008. É o primeiro tratado internacional com status constitucional da história do Brasil. Portanto, é uma Emenda Constitucional! No total, 128 países a assinaram. O Brasil é o 34º país no mundo a ratificá-la e o 20º a assinar o Protocolo Facultativo junto com os países efetivamente comprometidos com os direitos das pessoas com deficiência.

O principal objetivo do documento, segundo o primeiro artigo, é “promover, proteger e assegurar o exercício pleno e eqüitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente”. Além do respeito por dignidade, são princípios do documento a não-discriminação, a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade, o respeito pela diferença, a igualdade de oportunidades e a acessibilidade.

Um dos principais pontos da Convenção é o fato de o descumprimento de qualquer item que favoreça a inclusão das pessoas com deficiência passa a ser considerado discriminação. Isso inclui, por exemplo, a acessibilidade, seja por meio de ônibus adaptados ou legendas e áudio-descrição nos programas de televisão. Além disso, a partir da ratificação da Convenção as pessoas com deficiência não podem ter sua capacidade legal retirada. Em outras palavras, fica garantido o seu direito de votar, de assinar os próprios documentos e de administrar seus bens e recursos financeiros, por exemplo.

Urgência na efetivação dos direitos humanos.

Segundo os ativistas e as ativistas presentes no encontro, muitas conquistas foram alcançadas em relação aos direitos das pessoas com deficiência, porém, os desafios são cada vez maiores, devido a urgência de se atender às necessidades básicas de sobrevivência, principalmente nas regiões mais periféricas das cidades e nas zonas ruais. De acordo com o Censo de 2000, dos mais 24,5 milhões de brasileiros com alguma deficiência (seja física, auditiva, visual, múltipla, intelectual ou surdocegueira), quase 30% é miserável e têm escolaridade inferior a um ano. Infelizmente, no Brasil, deficiência e desigualdade caminham juntos.

Por isso, o objetivo foi multiplicar e disseminar as informações sobre a realidade de quem ainda nunca consegue ser visto e ouvido. Como o caso de uma jovem de 20 anos, com incapacidade motora cerebral (deficiência física que compromete, principalmente, os movimentos e a fala), relatado por Regina Atalla. Ela foi encontrada, na Bahia, em estado grave, e completamente abandonada, devido a falta de assistência social do governo. Nunca foi atendida por um médico, e muito menos frequentou uma escola. Viveu isolada, assim como várias pessoas com deficiência no Brasil e no mundo.

A institucionalização e o descaso dos governos e da sociedade foram um dos principais temas debatidos no primeiro dia. Tuca Munhoz, representante da Pastoral das Pessoas com Deficiência da Arquediocese de São Paulo afirmou que ainda existem mais de mil pessoas com deficiência na cidade vivendo completamente segregadas em instituições assistencialistas, e muitas vezes corruptas. Domingos João Montagna, representante da Fraternidade Brasileira de Pessoas com Deficiência, de Chapecó, lembrou que existe inúmeras pessoas abandonadas nas áreas rurais, sem qualquer acesso aos serviços de saúde, entre outros.

Cleide Ramos Reis, representante do Centro de Vida Independente da Bahia, afirmou que 8,5% da população com deficiência de 14,5% existente, estão em situação de pobreza multi-dimensional. Para ela é preciso haver políticas públicas eficazes que promova a inclusão, e para isso, as pessoas com deficiência devem ter acesso gratuito às ajudas técnicas básicas, como próteses, cadeiras de rodas, aparelhos auditivos, entre outras, além das tecnologias assistivas como legendas ocultas na TV, áudio-descrição e intérpretes de LIBRAS nas escolas, por exemplo.

Eu, jornalista com deficiência física, estive documentando em vídeo e texto os relatos do encontro. Acompanhem a continuidade desta reportagem na próxima semana!

*Leandra Migotto Certeza é Jornalista (MTb 40546) e colunista da Caleidoscópio Comunicações, Repórter Voluntária da Rede SACI - http://www.saci.org.br/, Ativista em Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência da ONG Conectas Direitos Humanos - http://www.conectas.org/, e Voluntária da Associação Brasileira de Síndrome de Williams - http://www.swbrasil.org.br/ - Tels: 55 (11) 3453-5370 - Cel: 55 (11) 8697-9067 - BLOGs: Pessoal: http://leandramigottocerteza.blogspot.com/ - Institucional: http://fantasiascaleidoscopicas.blogspot.com/ - Twitter: @LeCaleidoscopio


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Encontro Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Avanços, Desafios e Participação da Sociedade Civil

Caros amigos e caras amigas,

É com muito orgulho que faço parte da equipe de consultores da Conectas - Direitos Humanos durante este importante encontro: http://www.conectas.org/index.php/Noticias/view?n=704

Serei responsável pela compilação em texto dos relatos das discussões e palestras, além de realizar entrevistas em vídeo com os participantes.

Estou muito feliz por prestar serviços em uma ONG que me acolheu com tanto carinho em duas edições do Colóquio Internarcional de Direitos Humanos em 2004 e 2009, viabilizou a publicação de um importante artigo, e possibilitou contatos com ativistas sociais, que me proporcionaram a oportunidade de apresentar um projeto no exterior.

A maravilhosa equipe de profissionais e voluntários sempre estiveram à disposição para garantir acolhimento, atenção, segurança e conforto em todos os momentos dos nossos encontros. É uma grande satisfação fazer parte desse 'time' de amigos após anos de conquistas juntos.

Sou muito grata por crescer ao lado da Conectas!

Sociedade civil e representantes de governo debatem direitos das pessoas com deficiência no Brasil

RIADIS e Conectas organizam encontro que reúne diversos setores da sociedade pela garantia de direitos desse grupo

De acordo com o Censo de 2000, 24,5 milhões de brasileiros (14,5% da população nacional) têm alguma deficiência. Desse total, quase 30% é miserável e têm escolaridade inferior a um ano1. Infelizmente, no Brasil, deficiência e desigualdade caminham juntos.

Diante dessa realidade, RIADIS (Rede Latino-Americana de Organizações não Governamentais de Pessoas com Deficiência e suas Famílias) e Conectas Direitos Humanos organizam o encontro "Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - Avanços, Desafios e Participação da Sociedade Civil" entre os dias 17 e 19 de novembro, em São Paulo.

Um dos objetivos do evento é fortalecer o trabalho entre diversos setores da sociedade pela garantia dos direitos das pessoas com deficiência.

Em 2008, o Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD) da ONU, dando os primeiros passos para a formulação de leis e políticas públicas específicas.

No encontro, representantes de organizações da sociedade civil, movimentos sociais, órgãos da ONU e governo brasileiro terão a oportunidade de debater os avanços, desafios e a participação da sociedade civil e do Estado no processo de aplicação das recomendações da CDPD nos últimos anos.


1. Dados da pesquisa Relatos da Deficiência no Brasil
, realizado pela Fundação Getúlio Vargas em parceria coma Fundação Banco do Brasil (2003)

Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
Avanços, Desafios e Participação da Sociedade Civil

De: 17 a 19 de novembro de 2010
Hotel Jaraguá - Rua Martins Fontes, 71 - Centro, São Paulo.

Leiam os textos que escrevi sobre os encontros anteriores:

Deficiência é pouco abordada em Colóquio Internacional de Direitos Humano: http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=13761

Olhar sentinela: a pessoa com deficiência nas metas de desenvolvimento do milênio: http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=13763

Informe Alternativo do Brasil - "Da invisibilidade à transparência" - A Inclusão da Deficiência nas Metas de Desenvolvimento do Milênio da ONU:

Parte 1: http://www.saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=17383

Parte 2: http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=17420

A jornalista peruana Maria Esther participou do VI Colóquio Internacional de Direitos Humanos e foi responsável pela oficina: "Trabalhando em rede contra a discriminação na América Latina - a experiência da rede DiálogoDH": http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=13837