sábado, 15 de fevereiro de 2020

Carnaval Inclusivo no Brasil em 2020


Descrição da imagem: Foto de Caio Rocha e Zemile Kasala, Rei e Rainha do Carnaval de Teresina. Estão abraçados, sorrindo. Ela beija ele no rosto. Zemile veste fantasia colorida com laço de fitas na cabeça. E ele também está com uma fantasia bem colorida. Ela tem a pela morena e ele branca.



Boas notícias...

A Prefeitura de Teresina, junto com a Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves promoveram um concurso para escolher um Rei e uma Rainha com deficiência para o Carnaval da cidade. Caio Rocha, de 27 anos, e Zemile Kasala, de 28 anos foram vencedores. Ambos têm Síndrome de Down, e vão desfilar no  bloco “Eu Quero Pepitar”. O bloco foi criado por Pepita Duran e Karen Maciel, e surgiu após responsáveis por pacientes atendidos em uma clínica particular voltada para pessoas com deficiência reclamarem que não conseguiam sair com eles para brincar carnaval.

Este ano, o espaço de inclusão no desfile do maior bloco de rua do mundo, chega à nona edição em Recife. A prefeitura da cidade disponibilizará o Camarote da Acessibilidade no Galo da Madrugada, que desfila no dia 2 de março. O camarote será instalado no Pátio do Carmo, Avenida Dantas Barreto, com capacidade para 300 pessoas com deficiência, pessoas idosas, acompanhantes e convidados. 

Após reunião, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia com Ministério Público estadual de Salvador, ficou acertado o encaminhamento de um relatório apontando as dificuldades encontradas no circuito nos últimos anos, para que sejam adotadas providências para melhorar a acessibilidade para as pessoas com deficiência. Além disso, uma equipe de promotores de Justiça e servidores do Ministério Público estarão presentes no bloco das pessoas com deficiência ‘Me Deixa a Vontade’, que sairá na sexta-feira e no sábado de Carnaval, no Circuito Osmar.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, realiza neste ano a 5ª edição do projeto “Samba com as Mãos”, que disponibiliza vídeos com a tradução em Língua Brasileira de Sinais dos 14 sambas-enredos das agremiações que pertencem ao Grupo Especial de São Paulo. As pessoas com deficiência visual também contam com audiodescrição dos desfiles, direto do sambódromo, pelas redes sociais da Secretaria. Segundo o IBGE em São Paulo, existem 350 mil cegos e mais de 120 mil surdos.

Outro bloco que propõe uma iniciativa social e inclusiva é o “Encosta que Cresce”. Criado em 2015 em Brasília, vai oferecer ao público dois espaços de apoio às pessoas com deficiência. Terá intérpretes de Libras e monitores para auxiliar os foliões. 

Aconteceu em janeiro o grito de Carnaval 2020 do Bloco Carnavalesco “NADA SOBRE NÓS sem NÓS”, que faz parte dos blocos oficiais da Associação de Blocos e Cordões Carnavalescos de Campo Grande. Fundado em novembro de 2018, o bloco reúne pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida da capital. Idealizado por Damião Zacarias (pessoa com deficiência visual) e pelo jornalista Oscar Martinez, voluntário no Instituto Sul Mato Grossense para Cegos, Florivaldo Vargas; tem o objetivo de dar visibilidade e abertura de espaço acessível e participação na cultura do carnaval de rua da cidade. 

 Mas ainda falta acessibilidade no Carnaval e depois que ele passar... 

Foi realizada uma vistoria da operação Carnaval de Todos na Bahia. A ação que envolveu as superintendências de Proteção e Defesa do Consumidor, dos Direitos da Pessoa com Deficiência, órgãos da Secretaria de Justiça Social e a Delegacia do Consumidor, observou as condições de acessibilidade de camarotes dos circuitos Barra-Ondina. Durante esta fiscalização na Bahia, foram observadas questões como inclinação de rampas de acesso, sinalização tátil e visual, além da altura dos balcões de atendimento. 

Também foram vistoriados estruturas e projetos de sete camarotes, lavrado autos de constatação com um prazo para que os empreendimentos corrijam as irregularidades, sob pena de multa. O Camarote Oceania foi notificado e deverá ajustar rampas de acesso. No camarote do Reino foi pontuada a falta de sinalização tátil nas rampas e nos acessos para pessoas com deficiência; enquanto que no camarote Salvador foi constatado a falta de acesso para pessoas com deficiência à boate, e no camarote do Harém foi sinalizada, dentre outros pontos, a falta de saída adequada para pessoa com deficiência.
Na busca por visibilidade social e mais acessibilidade em Sete Lagoas (MG), um bloco formado por pessoas com deficiência física deve sair às ruas da cidade às vésperas do carnaval deste ano. O tema do movimento será “Ô abre alas que eu quero passar”. A iniciativa é de Geraldo Magela Pontes.que irá realizar a colagem de adesivos em locais de difícil acesso para as pessoas com deficiência, durante o desfile para chamar a atenção das autoridades. 

Já os cidadãos e cidadãs que pagam impostos em Itaquaquecetuba em São Paulo, denunciam a completa falta de acessibilidade, durante a época do Carnaval e depois que ele passar. São calçadas sem rampas, banheiros públicos sem acesso viraram depósito, falta de estacionamento, elevadores quebrados nos ônibus e até na estação de trem. Eles relatam que já fizeram reclamações, mas que agora decidiram se unir para exigir melhorias. A situação é ainda pior quando o assunto envolve transporte coletivo porque os ônibus demoram muito (mais de duas horas), e os elevadores de plataforma estão sempre com problemas para embarcar e desembarcar passageiros que usam cadeira de rodas. 


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