segunda-feira, 12 de março de 2012

Serviço Nacional de Aprendizagem do Coperativismo

Fonte: http://www.sescoopsp.org.br/default.php?p=noticias.php&id=4650


Quatro workshops discutem inclusão de pessoas com deficiência
01/03/2012









Descrição da imagem: duas pessoas sem deficiência e uma com deficiência física (sentada em sua cadeira de rodas) realizando atividades durante o workshop).  

O workshop Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho foi realizado em Piracicaba, Marília, Ribeirão Preto e São Paulo e teve como objetivo apresentar às cooperativas dicas de como proceder no caso de contratação de pessoas com deficiência em cumprimento à legislação.

“Esse é um tema novo para nós”. Foi assim que o Gerente da Promoção Social Mário César Ralise abriu o workshop realizado na sede do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP), em São Paulo. O último workshop aconteceu dia 23 de fevereiro, fechando um ciclo de palestras realizadas também nas Regionais Oeste, Nordeste e Centro Paulista nos meses de janeiro e fevereiro. “Estamos trabalhando para cumprir a legislação e fazer nossa parte na inclusão de pessoas com deficiência na realidade cooperativista”, destacou César.

O objetivo dos workshops foi ajudar as cooperativas na contratação e inclusão de pessoas com deficiência e orientar sobre as possíveis dificuldades durante a recepção e convivência com o novo funcionário. “O foco foi na orientação comportamental, com vistas a quebrar tabus e oferecer mais segurança no trato adequado das pessoas com deficiência”, explicou Luciana Santos, analista de Projetos Sociais do Sescoop/SP, que esteve presente nos quatro workshops.

O trabalho contou com a parceria do Centro de Integração Empresa – Escola (CIEE), responsável pela realização da palestra “Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. Convivendo com as diferenças”. Em São Paulo, a palestra foi ministrada pela assistente de projetos sociais e coordenadora do Programa CIEE de Pessoas com Deficiência, Fátima Fernandes.
  

Descrição da imagem: pessoas sem deficiência sentadas em uma sala assistindo às atividades. Foto das pessoas de costas.  

“Todos nós temos limitações. Ninguém é igual a ninguém. Os deficientes podem realizar quaisquer atividades se forem dadas as condições necessárias para isso”, destacou Fátima. “Tudo o que é novo assusta. Nosso papel então é dar dicas de como as empresas podem lidar com o deficiente no dia a dia”. Ser natural, evitar a superproteção e oferecer ajuda, mas não forçá-la, são algumas das dicas ensinadas na palestra.

 No Brasil, segundo os dados de censo demográfico do ano de 2000 divulgados pelo IBGE, mais de 24 milhões pessoas possuem algum tipo de deficiência (visual, auditiva, motora, física ou intelectual), ou seja, cerca de 15% da população brasileira. Atualmente, o CIEE encaminha para entrevistas em empresas entre 400 e 500 pessoas com deficiência por mês.
Ao longo dos quatro workshops, mais de 20 cooperativas puderam acompanhar as discussões.Na última ação, do dia 23, os participantes assistiram ainda a palestra do Auditor Fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de São Paulo (SRTE), José Carlos do Carmo, que discorreu, principalmente, sobre questões relacionadas à Lei nº 8.213, de 24/07/1991. Segundo a lei, todas as empresas privadas com mais de 100 empregados devem ter Pessoas com Deficiência em seu quadro de funcionários (2% a 5%), inclusive as cooperativas.

“O que percebemos é certa restrição por parte das empresas. Elas têm uma lei para cumprir, querem que o deficiente tenha experiência, mas não estão dispostas a dar essa experiência”, lamentou Fátima durante o evento. “Mas isso tem mudado e a contratação de pessoas com deficiência virou um nicho de mercado. Antes, os deficientes precisavam das empresas; hoje, as empresas é que precisam deles. É uma inversão de papéis”.

“As cotas são plenamente justificáveis, e a legislação é uma discriminação positiva”, afirmou José Carlos. “Ela é uma ferramenta fundamental reconhecida pelas pessoas que trabalham com inclusão social. Ela não é uma lei de punição. As empresas não são obrigadas a ficar com os trabalhadores se eles não corresponderem com suas expectativas”, esclareceu.
De acordo com o auditor fiscal, o direito a trabalho é fundamental para as pessoas com deficiência. “É importante que a sociedade dê a esse grupo a condição de consumidores. Só assim eles mudarão essa situação de discriminação e exercer plenamente a cidadania”, conclui José Carlos.

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