sexta-feira, 19 de junho de 2009

SOS Corpo

Por que democracia e fim da violência contra as mulheres?

Democracia significa o direito de todas as pessoas decidirem sobre os rumos coletivos – de sua comunidade, de seu povo, de seu país.

A democracia significa o direito à voz, enquanto que a violência nos emudece. A democracia abre espaço para expormos nossos conflitos e nossas idéias. A violência impõe uma única crença, visão de mundo, vontade e desejo.

A democracia acontece quando as diferenças não são transformadas em desigualdades. Onde há desigualdade e violência, a democracia não pode se realizar. Ao lutarmos pelo fim da violência, lutamos por democracia no mundo e na vida. O feminismo afirma esta perspectiva ao defender a democratização da política e das relações sociais.

Democracia significa o direito de todas as pessoas decidirem sobre os rumos coletivos – de sua comunidade, de seu povo, de seu país.

A democracia significa o direito à voz, enquanto que a violência nos emudece. A democracia abre espaço para expormos nossos conflitos e nossas idéias. A violência impõe uma única crença, visão de mundo, vontade e desejo.

A democracia acontece quando as diferenças não são transformadas em desigualdades. Onde há desigualdade e violência, a democracia não pode se realizar. Ao lutarmos pelo fim da violência, lutamos por democracia no mundo e na vida. O feminismo afirma esta perspectiva ao defender a democratização da política e das relações sociais.

CONTEXTOS QUE AGRAVAM A VIOLÊNCIA

No Brasil, em diferentes contextos, a violência contra as mulheres está presente e, em alguns, torna-se mais crítica. Nas áreas de garimpo, fronteiras agrícolas ou de conflito provocado pela existência de latifúndios ou de grandes projetos de desenvolvimento, a violência doméstica e a violência sexual ficam invisibilizadas frente a outras formas de violência.

Em várias localidades rurais, terras indígenas e outras comunidades tradicionais, a violência contra as mulheres nem sempre é reconhecida como problema.

Em contextos urbanos, novas formas de violência contra as mulheres surgem, a cada dia.
Nas áreas de conflito armado espa-lhadas pelo mundo, a violência sexual contra as mulheres é uma das primeiras demonstrações de "domínio do território".

Ao longo da história e no cotidiano, a violência contra nós, mulheres, é um meio para nos dominar e submeter. A violência impõe o silêncio, cala nosso descontentamento e mina nossos esforços individuais e coletivos de transformação.

Pelo fato de sermos mulheres numa sociedade patriarcal e racista, estamos sujeitas a sofrer violência desde a infância.

Em nossas casas, muitas de nós sofremos violência doméstica e sexual. Pela vida afora, enfrentamos formas de violência mais sutis, como a humilhação e os maus-tratos. Estas atitudes podem ir destruindo a vontade de ser feliz dentro de nós. Quando nos damos conta, adoecemos ou nos vemos forçadas a abrir mão de nossos desejos e projetos de vida. Em situação de violência, perdemos, em vários momentos, a capacidade humana de transformar cotidianamente nossas vidas. Por isso é tão difícil enfrentar sozinhas a violência.

A violência contra nós, mulheres, acontece nas ruas e, até mesmo, quando procuramos os serviços públicos. Nas relações de trabalho, o maior poder dos homens às vezes se manifesta na prática de assédio sexual e moral contra nós, mulheres.
Pobreza, racismo, lesbofobia

A violência se agrava quando não temos autonomia econômica e acesso a direitos sociais que nos assegurem condições de enfrentar a pobreza.

Agrava-se muito se somos mulheres negras, como consequência do racismo predominante na sociedade brasileira. As marcas da violência contra mulheres negras e índias estão presentes desde o processo de colonização – na violação sexual praticada por senhores brancos – e se manifestam até hoje, por exemplo, em formas específicas de violência, como o tráfico para fins de exploração sexual, e na forma como as mulheres negras têm sido representadas na mídia.

Sendo lésbicas, além das formas de violência impostas às mulheres, sofremos ainda as decorrentes da lesbofobia (aversão às relações afetivo-sexuais entre mulheres).
Queremos democracia, autonomia e liberdade para as mulheres

A violência impede que nós mulheres decidamos nossos rumos – o que vestir, para onde ir, como viver nossas relações afetivas ou participar da vida política e ser sujeito.

Queremos democracia como poder sobre a nossa própria vida. Democracia é também viver com autonomia e liberdade. A violência nega este direito às mulheres.

Para que a violência contra as mulheres tenha fim, é necessário enfrentar os valores e idéias que ainda naturalizam este tipo de violência e que tentam justificá-la. Contribui para a naturalização da violência o "mito do amor romântico", que valoriza a idéia de posse (somos um/uma do/a outro/a), o ciúme e várias formas de controle sobre nós mulheres. Assim, a intimidação psicológica e a agressão física são vistas como demonstração de "afeto".

É necessário questionar e transformar as estruturas que reproduzem a desigualdade entre homens e mulheres, a desigualdade econômica e o racismo nas relações sociais.

A ação do Estado é imprescindível, por meio de políticas públicas que garantam a assistência e segurança às mulheres em situação de violência. Políticas que promovam o fim da impunidade e que criem as condições para uma vida autônoma para as mulheres, viabilizando renda, moradia, saúde e proteção social.

O Estado deve garantir às mulheres o acesso aos direitos já conquistados por meio da implementação de políticas públicas universais. Além disso, deve reconhecer e garantir os direitos pelos quais ainda lutamos.
Junte-se a nós!

Acesse os materiais de divulgação da Campanha em nosso site: www.soscorpo.org.br.
Você também pode solicitá-los por carta ou escrevendo para o e-mail sos@soscorpo.org.br.

Os materiais podem ser reproduzidos e divulgados por todas as pessoas, organizações, grupos e movimentos sociais que queiram se somar à luta feminista pelo fim da violência contra as mulheres!

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