Imaginando o verbal.
Por Leandra Migotto Certeza.
A fotografia é um sistema de signos, uma signagem; desta forma, afirma e nega o real ao mesmo tempo. Tanto a palavra quanto a foto são entendidas como signo-objeto de si mesmas. Mas o que dizer, das completas alterações feitas com as imagens na era da informatização em que tanto o caráter indicial, iconográfico e simbólico da fotografia pode ser modificado? Atravessamos a linha da reprodutibilidade técnica benjaminiana, para nos aproximarmos quase que no completo vazio do real. Não se pode mais confiar, tanto na imagem como espelho do mundo, ou na palavra como registro histórico.
A fotografia é um sistema de signos, uma signagem; desta forma, afirma e nega o real ao mesmo tempo. Tanto a palavra quanto a foto são entendidas como signo-objeto de si mesmas. Mas o que dizer, das completas alterações feitas com as imagens na era da informatização em que tanto o caráter indicial, iconográfico e simbólico da fotografia pode ser modificado? Atravessamos a linha da reprodutibilidade técnica benjaminiana, para nos aproximarmos quase que no completo vazio do real. Não se pode mais confiar, tanto na imagem como espelho do mundo, ou na palavra como registro histórico.
Tudo o que encontramos hoje, junto aos meios de comunicação é a verossimilhança colocada como verdade. A foto de um jogador de futebol em um caderno de esportes de um jornal, por exemplo, funciona apenas como uma “ilustração”, a qual não revela o caráter documental da notícia, nem trabalha a função simbólica da arte. Serve apenas, para chamar a atenção do leitor para uma identificação visual, apontada atualmente como principal característica da percepção humana. Se houvesse apenas o texto, tachado muitas vezes pela maioria do público, como algo denso a cansativo a atenção seria deslocada ou sumiria quase que por completo.
Mesmo que tentando dar a impressão de autorial na fotografia, colocando seus créditos ao lado da imagem, o jornalista ou artista, está simulando um contexto ficcional ou real. Nunca poderemos confiar, nem na imagem, quanto menos em sua referência escrita: a legenda. Simulacros da comunicação, tanto a palavra como a imagem, perdem a identificação artística ou documental com o leitor.
A relação do verbal e do visual é colocada em cheque em favor da superficialidade do fato transformado em romance 'àgua com açucar'. Em revistas semanais como a “Veja”, em que seu maior conteúdo devia ser a notícia como simples registro ducumental de um fato, o real é transformado em uma espécie, pode se dizer, de 'fotonovela', em que os fatos ganham uma linguagem ficcional romanceada, e as fotos um caráter de simples ilustração. Parece que tudo, ganha status de simulacros do cotidiano, como uma função catártica, a qual mantém o indivíduo preso à ideologia dominante. É como se estivéssemos imaginando o verbal.
Exerício da disciplina de Simiótica, escrito no curso de Comunicação Social da Universidade Anhembi Morumbi em ?/?/1999. O professor deu nota 10 para este texto!
Descrição da imagem: espécie de mandala super colorida feita com desenhos espelhados de formas geométricas em círculos. As cores que predominam são: azul, lilá, amarelo, e vermelho. Foto feita pelo amor Marcos na exposição do SESC Pompéia em 2008.
Um comentário:
Querida, estava na net procurando assunto de semiótica, para estudar para uma prova e me deparei com sua história. Fico muito feliz em saber que ainda existem pessoas lutadoras, batalhadoras e vitoriosas como vc, que são exemplos de caráter, força de vontade e perseverança. Notei que vc é jornalista, pois é. Me orgulho de dizer que um dia, se Deus me permitir, serei Jornalista como você. Vc ganhou uma fã, sempre que me desmotivar na faculdade e vou lembrar da sua história, pode ter certeza que vai me dar um ânimo a mais para ir em busca dos meus objetivos. Bjs
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