segunda-feira, 10 de novembro de 2008

De qual inclusão estamos falando?

Homem barrado em agência bancária por usar muletas e mulher humilhada em ônibus por andar de cadeira de rodas. Cidadãos, contribuíntes e eleitores em dia com o Governo Federal.
Por Leandra Migotto Certeza.
Hoje meu noivo foi agredido em uma agência da Caixa Econômica Federal, no bairro de Pinheiros em São Paulo! O segurança barrou sua entrada alegando que suas muletas canadenses não poderia passar pela porta girtória de vidro!
Hoje eu fiquei mais de 15 minutos (após esperar 20 minutos pelo ônibus supostamente adaptado) aguardando dois funcionários da companhia de ônibus Intervias fecharem o vigéssimo elevador que estava quebrado desde que comecei a usar, com mais frequência, o transporte público do estado de São Paulo, há 1 ano. Esta linha de ônibus liga as cidadades como Cotia, Carapicuíba, Calcáia do Alto entre outras à São Paulo pela Rodovia Raposo Tavares.
O cidadão Marcos dos Santos foi pagar uma conta no banco, como milhões de brasileiros que estão em dia com suas obrigações econômicas, políticas e sociais. O eleitor Marcos dos Santos não deve um centavo ao Governo Federal, e muito menos à qualquer empresa privada. Por andar com um par de muletas foi discriminado como inúmeras pessoas todos os dias no Brasil.
Eu, Leandra Migotto Certeza, fui humilhada ao ser carregada em minha cadeira de rodas, para 'descer' no ponto de ônibus perto da minha casa - no bairro do Butantã, na cidade de São Paulo. Para não atrazar as demais viagens, o motorista junto com o cobrador, arriscaram minha integridade física.
Meu noivo foi obrigado a pagar sua conta em outra agência, mesmo depois de chamar o gerente para tentar ser atendido no local, após ter sua dignidade ferida. Saiu de Pinheiros novamente sem dever um centavo. O Governo Federal negligenciou seu voto como eleitor e seus impostos como cidadão ao não obedecer à Constituição da República e à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, documento internacional ratificado pela nossa nação.
Eu voltei para casa sem provas cabais (imagens irrefutáveis feitas com uma filmadora, que ainda não tenho porque estou desempregada) de que corri risco de morte nas mãos de funcionários completamente destreinados - para manuzear um elevador de uma empresa de ônibus - que só existe porque pago meus impostos régiamente.
E estas palavras serão lidas por pessoas (funcionários públicos e/ou profissionais da inciativa privada e/ou autônomos) que se dizem defensoras da Inclusão, nome bonito para vender livros; encher auditórios; ser tema de discussões infrutíferas na internet; e sustentar muitos profissionais que falam pelas pessoas com deficiência - pelo mundo a fora - sem nunca ter ouvido o que elas realmente têm a dizer, usado um par de muletas ou sentado em uma cadeira de rodas por um único dia!!!

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